segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dilma eleita presidente


Brasília. Dilma Vana Rousseff, foi eleita ontem presidente da República para o período de 2010 a 2014. Sem nunca ter disputado uma eleição, ela é a primeira mulher a chegar ao mais alto cargo do país.
Dilma Rousseff (PT) destacou esse o fato em seu pronunciamento após a vitória. Segundo ela, sua eleição é uma demonstração do avanço democrático do país
A petista disse que seu desejo é que esse "fato até hoje inédito se transforme em um evento natural. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: sim, a mulher pode."
"A igualdade de oportunidade entre homens e mulheres é um princípio essencial da democracia", completou.
Dilma prometeu respeitar a Constituição. "Vou zelar pela a mais ampla liberdade de imprensa e pela mais ampla liberdade de culto."
A eleita também destacou as realizações do governo Lula e falou de sua campanha. "O que mais me deu confiança e esperança, ao mesmo tempo, foi a capacidade imensa do nosso povo de agarrar uma oportunidade, por menor que seja, para com ela construir mundo melhor”, frisou.
Antes, em entrevista dentro do carro que a levou de sua casa para o hotel em Brasília, Dilma afirmou estar "muito feliz". "É uma sensação de muita força e muita alegria. Estou muito feliz e agradeço aos brasileiros e brasileiras por esse momento." A petista recebeu mais de 55 milhões de votos dos 105 milhões registrados nesta eleição.
A petista venceu em 15 estados e no Distrito Federal. Serra teve a maioria dos votos em 11 unidades da Federação. O maior percentual da petista foi no Nordeste onde obteve 70% dos votos.
Depois do pronunciamento, a presidente eleita seguiu para o Palácio da Alvorada para se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ela estava acompanhada do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, um dos coordenadores da campanha petista; do presidente do PT, José Eduardo Dutra; e do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel.
Dilma usou uma entrada lateral do Alvorada e evitou se encontrar com militantes e jornalistas. Ela era esperada para a festa do governador eleito do Distrito Federal, Agnelo Queiróz (PT), na Esplanada dos Ministérios, mas acabou não parando. O carro do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) foi barrado na entrada do Palácio da Alvorada, o que acabou formando uma fila.
Alguns dos convidados preferiram não esperar e entraram a pé, como Paulo Bernardo, que está acompanhado da mulher, senadora eleita Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Dilma tornou-se um nome forte para disputar o cargo ao assumir o posto de ministrachefe da Casa Civil, em junho de 2005, após a queda de José Dirceu no escândalo do mensalão.

No comando da Casa Civil, Dilma travou uma intensa disputa com o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, por causa da política econômica do governo. Enquanto ele defendia aperto fiscal, ela pregava aceleração nos gastos e queda nos juros.
Dilma acabou assistindo à queda de Palocci, em março de 2006, devido à quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.
Com a reeleição de Lula e sem grandes rivais à altura no PT, Dilma tornou-se, depois do presidente, o grande nome do governo.
Apesar do poder acumulado e do protagonismo que passou a exercer ao lado de Lula, até outubro de 2007 Dilma negava que seria candidata.
Sua atuação à frente do Ministério de Minas e Energia rendera-lhe a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enxergou na subordinada, de perfil discreto e trabalhador, a substituta ideal para o posto de Dirceu.
Ciro
O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) disse ontem que, apesar de ser uma grande administradora e “saber produzir resultado”, Dilma Rousseff (PT) terá na falta de vivência política e em suas alianças os seus maiores desafios.
Ciro votou em trânsito, em Fortaleza, porque mudou o domicílio eleitoral para São Paulo a pedido do presidente Lula. Arrependido, diz que irá transferi-lo “imediatamente” de volta para o Ceará.
DERROTADO
Serra deseja à petista que ‘faça bem para o Brasil’
O candidato derrotado à Presidência fez um pronunciamento no qual desejou à presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), que "faça bem para o país".
"No dia de hoje os eleitores falaram, e nós recebemos com respeito e humildade a voz do povo nas urnas. Quero aqui cumprimentar a candidata eleita Dilma Rousseff e desejar que faça bem para o nosso país".
Serra deu a entender que permanecerá atuante na vida política. "Eu disputei com muito orgulho a presidência da República. Quis o povo que não fosse agora", disse o tucano.
"E para os que nos imaginam derrotados, quero dizer: 'nós apenas estamos começando uma luta de verdade'. Estamos no começo dessa luta. Nós vamos dar a nossa contribuição ao país em defesa da pátria, da liberdade, da democracia, do direito que todos tem de falar de serem ouvidos, da justiça social."
Sem mencionar exatamente a quê se referia, o tucano afirmou que sua campanha enfrentou "forças duríssimas" e agradeceu aos militantes e simpatizantes pela luta que travaram.
Tocou em várias vezes na palavra 'liberdade'. "Vocês cavaram uma grande trincheira, construíram uma fortaleza, conquistaram a defesa da liberdade no Brasil. Um grande campo político em defesa da democracia, da liberdade e das causas sociais e econômicas em nosso país, que estão vivas no sentimento de toda a nossa população."
Fonte: Diário do Nordeste

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