sábado, 28 de junho de 2014

1ª GRANDE DECISÃO RUMO AO HEXACAMPEONATO

Passados os três jogos da fase de grupos, a Seleção Brasileira começa a colocar o seu favoritismo ao título da Copa do Mundo em jogo neste sábado, às 13 horas, quando vai enfrentar o Chile, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, em partida válida pelas oitavas de final. Afinal, uma derrota provocará a eliminação precoce e o adiamento do sonho do hexacampeonato. E para que isso não aconteça, a equipe sabe que precisa atuar em alto nível.

Apesar de ter assegurado a primeira colocação do Grupo A, a Seleção oscilou na primeira fase. Afinal, bateu de virada a Croácia em uma partida marcada por um pênalti polêmico a seu favor, só empatou com o México e levou sustos diante dos já eliminados camaroneses. "Tem que evoluir, sim. Mas ruim não está. E crescer durante a competição é bom. Melhor do que começar voando e cair", defendeu o atacante Fred. "A equipe apresenta 80% das condições que tínhamos na Copa das Confederações", admitiu o técnico Luiz Felipe Scolari.


Até por isso, Felipão optou por mudar a escalação do Brasil para o jogo contra o Chile. Assim, mesmo que não tenha sido confirmado pelo treinador, o volante Fernandinho vai ganhar uma chance entre os titulares após se destacar na goleada por 4 a 1 sobre Camarões. Ele substituirá Paulinho.

O treinador também deixou em aberto a possibilidade de uma mudança na lateral direita, com a entrada de Maicon na vaga de Daniel Alves. E Felipão ainda sofre com um problema de última hora, a contratura na região dorsal sofrida pelo zagueiro David Luiz - caso seja vetado, ele será substituído por Dante.

"Eu já sei os 11 titulares, mas não vou falar agora", disse Felipão, antes de comandar o último treinamento antes da partida contra o Chile.

Olho nele

Independentemente de mudanças na Seleção, as atenções estarão, mais uma vez, voltadas para o atacante Neymar. Um dos artilheiros da Copa, com quatro gols, ao lado do argentino Messi e do alemão Müller, ele quer se consolidar como um dos destaques da competição e será sempre acionado pelos companheiros quando o Brasil estiver em dificuldades. Sampaoli, porém, deve fazer de tudo para anulá-lo. "O Neymar faz diferença. Quando está apertado a gente dá a bola nele porque pode resolver em uma jogada individual, encontrar algum espaço", afirmou o atacante Fred.

Diante do Chile, o Brasil também colocará em jogo o seu retrospecto na Copa. Afinal, desde 1986, quando o atual formato de disputa foi adotado, só uma vez, em 1990, a equipe caiu tão precocemente no Mundial ao perder para a Argentina, também nas oitavas. E um novo revés diante de uma seleção sul-americana seria o pior cenário possível.

E essa possibilidade de não realizar o sonho de ser hexa em casa assombra os jogadores do Brasil. "Se perdermos, claro que a frustração vai ser muito grande. Queremos ser campeões", disse o capitão Thiago Silva.

Scolari também pregou respeito ao Chile. "Se eles forem melhores que nós, não podemos ficar de cabeça baixa, encerrarmos nossa vida e nos jogarmos num poço porque não adianta nada", afirmou o treinador.

Tudo isso no pouco usual horário das 13 horas, que até provocou mudanças na programação do Brasil. "Nunca joguei às 13 horas. No meu caso, costumo acordar cedo, então não tenho dificuldade. É um horário atípico, mas vamos tentar nos adaptar o melhor possível", disse o volante Luiz Gustavo.

Felipão ignora dados do 'tabu'

Adversário da vez, o Chile, é um freguês histórico do Brasil na Copa. As duas seleções já se enfrentaram em três oportunidades na competição e a Seleção venceu todas. Em 1962, nas semifinais, e nas oitavas de final em 1998 e 2010. Dessa vez, porém, a impressão é de que a seleção chilena nunca pareceu estar tão forte para um duelo contra o Brasil. "São dados que só servem para vocês. Esse Chile é o que jogou em 1962? É o time de 2014. É bem diferente. Os dados não nos interessam", afirmou Felipão.

Com bom toque de bola, jogadores habilidosos e velocidade, o Chile foi um dos destaques da 1ª fase da Copa e provocou a eliminação da Espanha, atual campeã mundial, ao derrotá-la por 2 a 0, no Maracanã, avançando em 2º lugar no Grupo A, atrás da Holanda. Por isso, seus jogadores exibiram confiança antes do duelo contra o Brasil e disseram que chegou o momento de "fazer história" no Mundial.

Será com jogadores como Alexis Sanchez e Eduardo Vargas que o time de Jorge Sampaoli tentará eliminar os anfitriões da Copa e provocar outra surpresa no torneio, derrubando mais uma potência. Mas, independentemente de conseguir, eles serão um grande teste para o sistema defensivo brasileiro, até agora alvo praticamente só de elogios. O grande problema chileno é que atletas importantes, como Medel e Vidal, estão lesionados e longe das condições ideais.

'Brasileños'

Além de Sanchez e Vargas, o Chile, tem outras armas, como jogadores ligados ao futebol brasileiro, casos de Valdivia, sem escalação confirmada, Aranguiz e Mena, que jogam no Brasil.

Talvez por isso, a rivalidade entre sul-americanos e a catimba habitual nesse tipo de partida não esquentaram o clima às vésperas do duelo. "No alto nível que a gente está, a Fifa está de olho para punir mesmo que o árbitro não veja. Não vai ter deslealdade. E se tiver, terá punição", garantiu o atacante Fred.

Com dores na lombar, David Luiz  é dúvida

O zagueiro David Luiz preocupa para a partida deste sábado contra o Chile. Ele participou apenas de uma parte do treino realizado ontem no Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte e sua presença diante dos chilenos não está garantida. O titular da zaga do Brasil reclama de uma lombalgia. Mais tarde, o zagueiro se submeteu a exames no Hospital Mater Dei, na região central de Belo Horizonte.

David Luiz sentiu dores nas costas durante o treino de quinta-feira, realizado ainda na Granja Comary, em Teresópolis (RJ). Saiu antes do final da atividade. Logo depois, a CBF informou que o caso não era grave. Se ele não puder enfrentar os chilenos, Dante deverá entrar na zaga ao lado do capitão Thiago Silva.

DIÁRIO DO NORDESTE

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