domingo, 7 de junho de 2015

POUPANÇA PERDE R$ 32,28 BILHÕES EM CINCO MESES

O Banco Central informou nesta sexta-feira (5) que os brasileiros retiraram R$ 3,199 bilhões a mais do que depositaram na poupança durante o mês de maio. Esse é o quinto mês consecutivo de resultado negativo em 2015 e trata-se da menor captação para o mês de maio desde o início da série histórica do BC, iniciada em 1995. Antes, o recorde pertencia a maio de 2003, quando a poupança ficou com saldo negativo de R$ 1,626 bilhão.

O número veio melhor do que o apresentado em abril, quando o resultado tinha sido negativo em R$ 5,85 bilhões. Porém, foi pior que o registrado em maio do ano passado, quando o resultado tinha sido positivo em R$ 2,27 bilhões. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2015, a poupança está com total de R$ 32,28 bilhões negativos.

Desemprego, inflação elevada e endividamento das famílias são os principais motivos para os desfalques na caderneta de poupança. Além disso, com a taxa Selic mais alta, esse tipo de investimento perde atratividade para outros, como o Tesouro Direto.

Pela regra atual, quando a taxa Selic está maior que 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês, mais a Taxa Referencial (TR). Essa fórmula está em vigor desde o fim de agosto de 2013, quando a Selic ultrapassou o patamar de 8,5%. Quando os juros básicos da economia estão iguais ou inferiores a 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da taxa Selic mais a TR.
Na última quarta-feira (3), o (Copom) Comitê de Política Monetária elevou pela sexta vez consecutiva a taxa básica de juros da economia, atualmente fixada em 13,75% ao ano.

Em maio, os saques na poupança somaram R$ 156,43 bilhões, contra R$ 153,23 bilhões em depósitos. O valor total nas contas dos poupadores ficou em R$ 648,77 bilhões e o volume dos rendimentos creditados aos investidores alcançou R$ 3,662 bilhões. Do saldo das cadernetas de poupança em abril, R$ 507,7 bilhões pertencem ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) e R$ 141,068 bilhões à poupança rural.

CRÉDITO IMOBILIÁRIO

Cerca de 65% dos recursos investidos na poupança pelos brasileiros deve ser aplicados pelos bancos em financiamento imobiliário. Por isso, menos recursos na poupança significa mais dificuldade para financiar a casa própria.

A Caixa Econômica Federal, principal responsável por financiamentos imobiliários, com cerca de três quartos do mercado, tem elevado juros e apertado as condições de financiamento para a casa própria.

Com a queda de recursos na poupança, a Caixa tornou mais difícil financiar imóveis usados. O banco agora financia no máximo 50% do valor do imóvel usado de até R$ 750 mil; antes, financiava até 80% do imóvel. Para os imóveis acima de R$ 750 mil, o banco público reduziu o valor máximo de financiamento de 70% para 40%.


FOLHAPRESS

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