quinta-feira, 15 de outubro de 2015

EM 2015, APREENSÃO DE ARMAS CRESCE NO CEARÁ

Mais de cinco mil armas de fogo já foram apreendidas no Ceará em 2015, segundo os dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Apenas de janeiro a setembro foram 4.984 apreensões, 366 a mais que em igual período de 2014, quando foram retidas 4.618. Conforme a SSPDS, também foi computado aumento na apreensão de entorpecentes e queda no número de Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVPs), como roubos, por exemplo.

O coronel Lauro Carlos de Araújo Prado, secretário-adjunto da SSPDS, disse que considera os números resultado da integração entre as Polícias e o Corpo de Bombeiros, que é uma das diretrizes do novo programa de Segurança Pública implantado no Estado. Segundo ele, os trabalhos da Polícia têm sido em áreas onde existe o maior número de ocorrências. Por conta disto é importante que a população preste queixa quando for vítima de qualquer crime.

"As nossas ações são direcionadas especialmente para os espaços em que o crime está concentrado. Fazemos este mapa baseados nas estatísticas de ocorrências. É muito importante que seja feito o registro. As armas estão sendo apreendidas principalmente nestas áreas previamente mapeadas. Não dá nem para contabilizar a quantidade de ocorrências que evitamos quando uma arma é apreendida", declarou.

Prado lembra que o número de apreensões também não pode ser apenas comemorado, porque também remete à quantidade de armas em circulação no Estado, principalmente os revólveres e pistolas.

"Não podemos negar, ainda tem muita arma aqui dentro. Por isto, nosso trabalho tem sido tanto para apreender, quanto para impedir que elas cruzem as divisas e cheguem nas mãos dos criminosos daqui. A PM e a Polícia Civil estão intensificando muito as abordagens nas ruas. A tropa tem trabalhado mais motivada e tem feito um trabalho muito bom", afirmou o coronel.

Lauro Prado disse que a criação do Batalhão de Divisas foi outro fator importante, que motivou a elevação nas apreensões de armas. "O novo batalhão está, sim, inibindo a entrada de armas e drogas. Está conseguindo cumprir sua missão. Muitas blitze têm sido feitas por eles nessas áreas das divisas, que eram muito problemáticas. A própria população do Interior, onde o Batalhão tem atuado, recebeu muito bem a ideia".

Na Capital, o Batalhão de Policiamento de Rondas Intensivas e Ostensivas (BPRaio) ainda é um expoente na apreensão de armas. Os militares do grupamento têm treinamento especializado para isto. "As motos se deslocam melhor que as viaturas, entram em todos os lugares. O Raio conseguem pegar os criminosos de surpresa sem dar tempo de escapar", explicou.

Além das armas, os entorpecentes também foram mais apreendidos neste ano. De janeiro a setembro são mais de duas toneladas de droga, exatamente 2.621 quilos. Ano passado, em nove meses, foram 1.819 quilos de entorpecentes apreendidos. "A maioria dos homicídios que ocorrem no Ceará estão ligados ao tráfico. Entendemos que combatendo um, estamos atacando o outro. Nosso trabalho tem sido muito forte no sentido de atacar os pilares do tráfico, desestabilizá-lo", afirmou Prado.

Roubos e Furtos

O número de roubos e furtos registrados no Ceará está em queda, segundo a SSPDS. Os registros foram compilados em julho, agosto e setembro e se mostram menores a cada mês. Porém, mesmo apresentando redução, os registros de CVPs (roubo, exceto quando resultam em morte) são altos. Em setembro foram 4.275 casos, ante 4.308 em agosto e 4.800 em julho.

Em relação aos furtos (subtração de bens sem violência ou ameaças) também houve diminuição. Em setembro foram 3.557 ocorrências registradas, contra 4.181 em julho, cerca de 15% de redução. Em agosto foram 3.645 casos, demonstrando queda sutil de 2,41%.

A sensação de insegurança e a impunidade ainda incentivam de forma decisiva a subnotificação destes crimes no Ceará. A SSPDS admite que muitas vítimas de assaltos e furtos deixam de registrar Boletins de Ocorrência (B.O.S), porque acham que não terão respostas.

"Precisamos combater a subnotificação para melhorarmos o serviço que prestamos. A diminuição do CVP melhora muito a sensação de segurança e este é o nosso principal objetivo, fazer com que as pessoas se sintam seguras. Nós dependemos do registro das vítimas para agir contra esse tipo de crime, para termos parâmetros reais de comparação de áreas mais afetadas e para termos a garantia que estamos utilizando o policiamento de forma adequada", explicou.

No mês de setembro, a terça-feira foi apontada como o dia com mais eventos criminais do tipo, com 17,8% dos roubos e 18,5% dos furtos. Já em relação aos turnos diários, o período da noite entre 18h e 23h59 concentrou 33,9% dos assaltos. O turno da manhã, entre 6h e 11h59, reuniu 38,5% dos casos de furtos registrados.

Segundo Lauro Prado, os roubos ocorrem onde existem pontos recorrentes de aglomerações públicas, como as paradas de ônibus; em ruas mal iluminadas; e em vias engarrafadas. O coronel ressaltou que as áreas em que acontecem os roubos não coincidem com as que ocorrem os homicídios. "São mapas criminais diferentes. As execuções se dão na área mais pobre da cidade, enquanto os roubos se dão nos pontos onde os moradores têm maior poder aquisitivo".

O secretário-adjunto disse que a SSPDS está colocando em prática medidas preventivas contra os CVPs. Uma destas medidas são os sobrevoos noturnos que as aeronaves da Ciopaer estão fazendo. "Com este patrulhamento aéreo nós evitamos roubos e até execuções. Os criminosos se sentem intimidados, porque sabem que a Polícia está ali".

O coronel pede que a população acredite no trabalho da Polícia. "Registrem quando forem vítimas de criminosos e confiem na Polícia. Nosso esforço é grande e nosso trabalho é sério. Estamos fazendo o possível para melhorar a Segurança Pública do Estado", garantiu.


Fonte: Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário