terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

REGIÃO DO JAGUARIBE FICARÁ AINDA MAIS SECA PARA ATENDER A DEMANDA DE ÁGUA EM FORTALEZA: AÇUDE ORÓS ESTÁ COM APENAS 5,5% DE CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO.

A preocupação com a crise hídrica na qual o Ceará passa é constante. Caso o estado não tenha chuvas significativas este ano, apesar do cenário favorável para isto, grandes reservatórios não sofrerão aporte. Por isso, algumas autoridades planejam alternativas para combater a seca em todo o estado.

O diretor de negócios da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) no interior do Ceará, Helder Cortez, informou na última quinta-feira (9) que deve reduzir ainda mais as águas do Rio Jaguaribe, para priorizar o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza. Segundo ele, uma transferência de água deve ser realizada.

“Faremos ações complementares a nível de reduzir mais um pouco a água do Rio Jaguaribe para tentarmos garantir o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza e todo o sistema que dependerá bastante da água do Castanhão”, explica.



Uma das grandes preocupações de agricultores e gestores é com a bacia do Vale do Jaguaribe, que também está em situação crítica. Conforme a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a bacia possui atualmente apenas 4,5% da capacidade total.

Esse cenário é preocupante para o agricultor Luiz Vicente. Segundo ele, que também é presidente do Sindicato dos Agricultores de Russas e membro da Comissão da Bacia do Vale, já existem comunidades que são abastecidas apenas por carro pipa, devido o cenário de seca.
Para ele, o governo deveria priorizar a agricultura e o consumo humano, e não transferir água para o uso em termelétricas, como é o caso do Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza.

“Ficamos tristes porque estão priorizando um alude ao invés de outro. O açude Santo Antonio há três anos está seco, a região do Jaguaribe tá em maior parte sendo abastecida com carro pipa. Então, não tem água para abastecer e ao invés disso estão tirando o que resta”, reclama.

Na semana passada, a cidade de Orós também foi marcada por conflitos, por conta da transferência de água para a Região Metropolitana de Fortaleza. Moradores realizaram uma manifestação contra a vazão máxima da válvula que distribui água no alude de Orós para o Castanhão. A medida tem o objetivo de abastecer a capital cearense.



De acordo com o presidente do Comitê da Bacia do Alto Jaguaribe, Paulo Landim, tanto os produtores, como a população das cidades de Orós, Iguatu, e Quixelô, que também dependem da água, são prejudicados com essa decisão.

“Não concordamos com essa decisão. Porque deixaram a condição dos produtores de ficar irrigando culturas perenes até cinco hectares e culturas temporárias até três hectares. E nós ficamos sem a menor capacidade de produção. Então, nós aceitamos essa distribuição para consumo humano”, detalha.

O açude Orós é uma reserva estratégica para ser usada em situação de emergência. Ele está localizado no leito do Rio Jaguaribe, acima do Castanhão, que por sua vez está com apenas 5,5% de capacidade de armazenamento.

Ouça o áudio da entrevista com diretor de negócios da Cagece no interior e Paulo Landim click no link http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/ceara/regiao-do-jaguaribe-ficara-ainda-mais-seca-para-atender-a-demanda-de-agua-em-fortaleza/ 

Fonte: Tribuna do Ceará por Jangadeiro FM em Ceará em 14 de fevereiro de 2017 às 06:45

Fotos: Josemberg Vieira Fevereiro de 2017

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