Pelo menos cinco estudantes da Universidade Federal Rural da
Amazônia (Ufra) acusados de incitação ao estupro e troca de mensagens de cunho
racista em grupo no WhatsApp, serão interrogados a partir da próxima semana
pela Polícia Civil de Belém. Até esta quinta-feira, 9, seis alunas da
universidade foram ouvidas pela Divisão de Proteção e Repressão a Crimes
Tecnológicos (DPRCT) e registraram boletim de ocorrência.
Conforme imagens de conversas vazadas do grupo, formado
apenas por alunos de diferentes cursos da Ufra, alguns participantes
compartilhavam fotos de mulheres que também estudam na instituição, seguidas de
ameaças. "Bora meter logo o estupro", disse um dos membros.
"Estupro não, sexo surpresa", complementou outro participante.
Delegado da DPRCT, Carlos Silveira informou que aguarda novas
denúncias de pelo menos quatro alunas nesta sexta-feira, 10. "Ainda
estamos colhendo os depoimentos das vítimas, porque são várias. Quando se trata
de grupo de WhatsApp não é simples, é um depoimento peculiar, que demora um
pouco. Na próxima semana vamos começar a interrogar os acusados, pois estamos
levantando em consulta com as operadoras de telefonia a quem pertence os
números", explicou.
Segundo Silveira, nunca a divisão recebeu tantas denúncias
sobre o mesmo o caso. "Antes, havia vítimas pontuais, mas com essa
quantidade de testemunhas é a primeira vez. Fomos procurados por dez vítimas.
Até o momento foram ouvidas seis. Amanhã vem mais", revelou o delegado.
Após uma série de protestos das vítimas no câmpus, a Ufra
publicou nota na tarde dessa quarta-feira, 8, repudiando "as ações e
mensagens de apologia a crimes previstos na legislação brasileira" e
informando que "já colocou a sua equipe psicossocial à disposição dos
estudantes e está prestando orientação aos mesmos sobre os procedimentos que
devem tomar para fazer a denúncia e para apuração dos fatos".
Terra
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