Carlos Henrique Serrado é um
desses estudantes. Ele está no último ano do ensino médio no Centro Federal de
Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, no Rio de Janeiro (Cefet/RJ).
Nas últimas semanas de preparo,
ele foca em matemática, ciências da natureza e redação, matérias com maior peso
para o curso que deseja, ciência da computação, na Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ).
“As questões do Enem não são
difíceis, o problema é a quantidade delas. Atualmente tenho duas preocupações:
tempo e nervosismo. Cada vez mais estou tentando fazer redações ou exercícios
mais rápidos, pois, no ano passado, quase não tive tempo de terminar a prova do
segundo dia”, disse.
Planejamento
Para o coordenador pedagógico do
Colégio Mopi, no Rio de Janeiro, Luiz Rafael Silva, os estudantes devem fazer
um planejamento de estudo e ir, aos poucos, desacelerando o ritmo.
“Mais simulados no início desse
período, controlando o tempo, contando inclusive o tempo para preencher o
cartão de respostas. O dia antes da prova deve ser de relaxamento, senão o
aluno vai estar ansioso e isso vai ser um problema” afirma.
“Trinta dias é um tempo curto,
mas é sim possível fazer algum nível de preparação”, disse o coordenador
pedagógico do pré-vestibular Alub, em Brasília, Leonardo Silvério.
Para ele, nesse tempo, o ideal é
se concentrar na realização de exercícios. Ele recomenda que os alunos façam
pelo menos uma redação por semana e que baixem as edições anteriores do Enem,
disponíveis no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep).
“A ideia não é que o estudante
simplesmente resolva, mas que resolva com tranquilidade, de maneira a absorver
o conteúdo. Assim, ele vai conhecendo o sistema de prova e vai conseguindo
filtrar como cada conteúdo é cobrado na prova”, explica.
Ansiedade
No dia do exame, um dos maiores
inimigos dos estudantes é a ansiedade, segundo professores. Carlos Henrique
afirma que, no ano passado, quando fez a prova como treineiro, chegou a tomar
um calmante, mas mesmo assim teve dificuldades para lidar com o nervosismo.
“Não conseguia ler direito os
enunciados, principalmente os de filosofia, pois tinham textos enormes, ficando
cada vez mais ansioso por não conseguir responder”, recorda o estudante.
A um mês da prova, os professores
recomendam beber muita água, fazer exercícios físicos e dormir bem.
“Os estudantes ficam muito
ansiosos e, nessa ansiedade, comem e bebem. Só que muitas vezes, comem e bebem
coisas estimulantes, para não sentir sono. [Na reta final], devem dormir bem e
evitar estimulantes, como café, chocolate, açúcar e refrigerantes, que aumentam
a sensação de ansiedade”, disse Silvério.
Treineiros
Gabriela de Carvalho ainda não
concluiu o ensino médio, mas este será o segundo Enem que fará como treineira.
Ela é estudante do 2º ano do ensino médio da Escola Leonardo da Vinci, em
Brasília. Para Gabriela, ao ter “intimidade com a prova” ficará mais tranquila
no próximo ano. “Acho que é um grande aprendizado, vai me ajudar a ficar mais
calma no dia, quando tiver valendo.”
O coordenador pedagógico do Colégio
Mopi, no Rio de Janeiro, Luiz Rafael Silva, ressalta que a prova do Enem vai
além das habilidades específicas exigidas para os estudantes, é preciso ter
resistência.
“O Enem, além de ser uma prova,
mede competências, habilidades e conteúdos. É uma prova de resistência. É uma
prova que aluno consegue ter êxito se consegue controlar ansiedade e emoções”,
diz Silva. Ele recomenda atividades voltadas para o relaxamento e, na semana
anterior ao exame, “não ficar tão voltado a rever questões e conceitos, ter
segurança no que já foi trabalhado”.
Enem
No primeiro dia do exame, no dia
4, serão aplicadas as provas de linguagem, ciências humanas e redação. A
aplicação terá 5h30 de duração. No segundo dia, dia 11, haverá provas de
ciências da natureza e matemática. Os estudantes terão cinco horas para
resolver as questões.
O exame seleciona os estudantes
para vagas no ensino superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu),
para bolsas de estudo em instituições privadas pelo Programa Universidade para
Todos (ProUni) e vagas no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Agência Brasil
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