O Prefeito Raimundo Marcelo Arcanjo reassumiu a prefeitura de
Santana do Acaraú, na região Norte do Estado, na manhã desta segunda-feira
(05). O Prefeito é suspeito de ter assassinado um homem no dia 29 de agosto e,
desde então, estava afastado do cargo. Em entrevista ao G1 CE, o político
informou apenas que reassumiu a função após uma licença de dois meses para
"tratar de assuntos particulares" estar acabando.
No dia 29 de agosto, no bairro Retiro, Marcelo Arcanjo teria
entrado na casa de Augusto César do Nascimento, conhecido como 'César da
Regina', por volta das 18h30, e disparado várias vezes contra o homem, na
cabeça. Após a execução, o prefeito fugiu.
Raimundo Arcanjo tem porte de arma de fogo por ser policial
federal aposentado. Ele esteve foragido por seis dias após o homicídio do ex-
funcionário da prefeitura Augusto César do Nascimento, mas se entregou no dia 4
de setembro. Apesar de evitar a prisão em flagrante, o prefeito tinha mandado
de prisão em aberto e chegou a ficar detido. Agora, ele responde em liberdade
e, como não há condenação, a lei não o impede de exercer o mandato.
Em entrevista à nossa reportagem, por telefone, Raimundo
Arcanjo disse que resolveu antecipar a volta - a licença termina no sábado (10)
- para cuidar das contas da Prefeitura. "A licença vence no próximo sábado
e é por isso que estou voltando agora, para consultar as contas. Aquela burocracia
toda", explicou.
Perguntado sobre o crime do qual é investigado, ele se
recusou a comentar. "Eu estou voltando para cumprir o meu mandato. Esse
assunto eu me recuso a falar. Falo somente ao Juiz. Está entregue à Justiça.
Estou à disposição da Justiça. Esse assunto eu trato somente com as autoridades
e o Ministério Público", afirmou.
O crime
Augusto trabalhou como motorista da Secretaria Municipal de
Ação Social do município e, conforme a Polícia, foi exonerado do cargo no
começo deste ano.
Na época do assassinato, o delegado responsável pelo caso
chegou a dizer que o crime teve relação política. Em depoimento, o prefeito
afirmou que o ex-servidor espalhava informações falsas sobre ele desde que
havia sido exonerado do cargo que ocupava na gestão.
"Tem relação com a política. A vítima se sentia
desprestigiada pelo tratamento que o gestor deu a ele. Achava que tinha sido
injustiçado porque foi demitido. E por essa razão criticava a gestão. Além da
crítica, havia o comentário da vítima de que a primeira dama teria recebido R$
10 mil em propina. Isso enfureceu o autor e ele foi até a casa da vítima para
tomar satisfações da crítica", detalhou à época o delegado Marcos Aurélio.
Por Germano Ribeiro, G1 CE — Fortaleza
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