terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Comissão que investiga matança em Milagres deve concluir caso em 30 dias


A comissão especial designada pela Secretaria de Segurança do Ceará para apurar o caso de Milagres, em que uma tentativa de assalto a bancos do município terminou com 14 pessoas mortas após confronto entre polícia e criminosos, terá prazo de 30 dias para apurar os fatos. Oito suspeitos de participação no crime foram presos. Dos 14 mortos, seis eram reféns, sendo cinco de uma mesma família. Uma sobrevivente afirma que os tiros que mataram os reféns foram disparados pelos policiais.

Ao todo, 40 servidores, entre policiais civis e profissionais da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), vão atuar na comissão. Ao final do prazo estabelecido, um relatório sobre o caso deve ser apresentado.

“Situações como essas nos exigem que continuemos trabalhando cada vez mais com responsabilidade, seriedade e honestidade para com as pessoas. Temos avançado, mas sabemos que há muitas questões ainda a serem resolvidas e evoluirmos enquanto órgão de segurança pública”, comentou o secretário de Segurança, André Costa.

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Vão trabalhar na comissão o diretor do Departamento de Polícia do Interior Sul (DPI Sul) e presidente da comissão, delegado Ricardo Gonçalves Pinheiro; o diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), delegado Pedro Viana de Lima Júnior; o titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Ricardo Romagnoli do Vale; o delegado do Departamento de Inteligência Policial (DPI), Antônio Edvando Elias de França Júnior; o delegado regional de Brejo Santo, Cristiano de Morais Pereira; e o delegado municipal de Milagres, Rogny Rodrigues Silva Filho.

A Pefoce disponibilizou servidores de Fortaleza e de Juazeiro de Norte. Entre eles estão o coordenador (em exercício) de Medicina Legal (Comel) e médico perito legista, Juts Érico Cavalcante Dias; o coordenador de Perícia Criminal (Copec) e perito criminal, Rômulo de Oliveira Lima; o coordenador (em exercício) de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHPB) e perito criminal, Antônio Rubens Lima Chaves; e a coordenadora de Análises Laboratoriais Forenses (Calf) e perita criminal, Manuela Chaves Loureiro Cândido.

'Fracasso'


O procurador-geral de Justiça do Ceará, Plácido Rios, afirmou na tarde desta segunda-feira (10) que a operação policial foi um “fracasso”.

"Não se está querendo criminalizar a atividade dos policiais, mas buscar razões pelas quais aquela atividade fracassou. A operação foi um fracasso sob todos os aspectos", disse.

Para o promotor, a polícia não respeitou os protocolos rigorosos de atuação. "Não verificamos nenhum protocolo de zelo com a vida de reféns", disse. "É uma atividade de altíssimo risco tanto para policiais quanto para as pessoas envolvidas [na operação]. Conseguimos diminuir os riscos quando seguimos protocolos rigorosos de atuação. O Brasil todo está a nos cobrar respostas", acrescentou.

Policiais afastados
O governador do Ceará, Camilo Santana, comunicou nesta segunda-feira (10) que 12 policiais que participaram do tiroteio foram afastados das funções até a conclusão das investigações. Ainda conforme o governador, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) abriu uma investigação preliminar para analisar a conduta dos agentes.


Por G1 CE

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