Se para uns é vista como um momento de contemplação da
natureza, para outros mais parece uma constante preocupação. A consequência da
falta de um planejamento adequado no que diz respeito ao escoamento subterrâneo
das águas é refletida no estado caótico que Fortaleza enfrenta nos períodos
chuvosos. O último fim de semana foi marcado por fortes chuvas em todas as
regiões do Estado. A Capital registrou a maior precipitação do ano, com 120.3
milímetros. O temporal derrubou árvores, alagou túneis e ruas, além de
transbordar rios e canais.
Se em Fortaleza houve caos, no interior cearense os
sertanejos comemoram os bons índices pluviométricos que trouxeram aporte aos
açudes e barragens.
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Os maiores volumes foram verificados na Região Metropolitana
de Fortaleza (RMF). Em Pacatuba, choveu 121.3 mm. Na Capital, a instituição
registrou 120.3 mm e, em Maracanaú, foram 119 mm. Pela primeira vez neste ano,
choveu mais de 100 mm em oito cidades do Ceará.
No bairro Conjunto São Cristóvão, uma viatura do Corpo de
Bombeiros caiu em um buraco e ficou presa após desviar de um alagamento. Os
moradores afirmaram que o veículo precisou subir no canteiro - porque a Avenida
Presidente Costa e Silva alagou, em decorrência da chuva, - ficando preso em um
desnível que estava coberto pela água.
Um caminhão-guincho foi usado para tentar remover a viatura,
contudo, ele só foi retirado do local com o auxílio da população. No lugar,
muitas famílias deixaram as casas.
No bairro Maraponga, o Riacho Martinho transbordou e o
asfalto da rua Holanda cedeu. Com a formação da cratera de ontem, a via ficou
interditada e os veículos impedidos de passar pelo local. Uma equipe da
Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) auxiliou os motoristas que
trafegavam pela área.
Já na Rua Saquarema, no Conjunto Palmeiras, moradores tiveram
dificuldades em transitar após o Rio Cocó transbordar. Depois de alagar a via,
a água chegou a invadir casas. A Rua Nossa Senhora das Graças, no Parque
Genibaú, foi atingida após o rio Maranguapinho transbordar. Casas foram
afetadas e uma árvore caiu.
O canal localizado na Rua 3 Corações, no bairro Bom Jardim,
também transbordou. A via ficou totalmente alagada, assim como ruas próximas, e
os moradores ficaram ilhados dentro das casas. Após o córrego transbordar, a
Avenida João de Araújo Lima, no José Walter, 4ª etapa, foi tomada pela água.
Moradores afirmaram, inclusive, estarem receosos com os risco de desabamento de
casas. As residências também foram invadidas pela água.
Interior
Já os sertanejos tiveram bons motivos para comemorar. A chuva
trouxe aporte hídrico em diversas barragens e reservatórios. Conforme dados da
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), nas últimas 24 horas, houve
recarga em 54 açudes. O volume médio dos 155 reservatórios monitorados pela
Companhia saltou de 10,64% para 10,90%. Atualmente, cinco estão sangrando
(Cocó, Germinal, Maranguapinho, São José I e Tijuquinha) e outros três açudes
apresentam capacidade acima dos 90% (Itauna, Jenipapo e São Vicente).
Segundo a Funceme, dois sistemas indutores causaram as
grandes chuvas destes sábado e domingo. O primeiro, identificado como Vórtice
Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), foi o principal responsável pelas
precipitações no interior. E o segundo, Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT), é um fenômeno próximo à costa Norte do Nordeste, que ajudou, inclusive,
para acumulados em outros estados do Brasil.
Para hoje e amanhã, a previsão é que haja redução no volume
de chuvas em comparação ao fim de semana.
Fonte: Diário do Nordeste
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