Um avião de pequeno porte caiu em região de mata no distrito
de Tapera,em Aquiraz, na tarde do último sábado (9). Embora incomuns, sinistros
com aeronaves desse tipo ocorrem. Nos últimos 10 anos, foram registrados seis
acidentes - três desses com registros de mortes - e outros dois incidentes
graves (casos sem danos materiais ou humanos) com ultraleves no Ceará, conforme
dados do painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (Sipaer), da Força Aérea Brasileira (FAB).
Na ocorrência de sábado não houve vítimas. Conforme o Corpo
de Bombeiros, uma viatura de combate a incêndio e salvamento da guarnição de
Messejana foi enviada ao local. A aeronave, destruída, pegou fogo. Moradores da
região informaram que apenas o piloto estava no veículo. Ele saiu consciente,
apenas com queimaduras no braço, e foi socorrido por populares.
Há dois meses, no dia 12 de janeiro deste ano, uma aeronave
decolou de um aeródromo em Aquiraz, às 10h40, com destino a uma fazenda no
município de Touros, no Rio Grande do Norte, com um piloto e um passageiro a
bordo.
Segundo testemunhas, chovia na região da Praia de Águas
Belas, em Cascavel, e a aeronave encontrou condições meteorológicas adversas. O
ultraleve impactou contra o mar a cerca de 150 metros da faixa de areia. Os
dois ocupantes do avião morreram ainda no local.
Em janeiro de 2018, outro ultraleve decolou de Aquiraz, por
volta de 12h40, para um voo local, somente com o piloto a bordo. Cerca de três
minutos após a decolagem, a quase 200 metros de altura, houve a perda de
controle em voo. A aeronave colidiu contra a copa de uma árvore e chocou-se com
o muro de uma propriedade. Os danos do ultraleve foram substanciais, e o piloto
sofreu lesões graves. Segundo o relatório final da ocorrência, as condições
meteorológicas eram propícias à realização do voo visual, e o veículo de
transporte se mantinha dentro dos limites de peso e balanceamento. No entanto,
o piloto estava com o Certificado Médico Aeronáutico (CMA), exame de saúde que
certifica a aptidão física e mental do aeronauta, vencido desde abril de 2015,
e com a habilitação de Avião Monomotor Terrestre suspensa.
No ano anterior, também em janeiro, uma aeronave saiu de um
aeródromo em Camocim, para um voo local, com dois ocupantes. Durante a
decolagem, houve a perda de controle em voo, o que levou a aeronave a colidir
com a parede de uma residência. Já em setembro de 2015, um ultraleve fazia voo
entre Fortaleza e Massapê. Por volta das 6h20, o avião foi avistado sobrevoando
a serra de Arapari, em Itapipoca, e, em seguida, ouviu-se o ruído do seu
impacto contra o solo. Chovia no local, no momento do acidente.
Perda de potência
Em 27 de junho de 2014, uma aeronave experimental decolou do
aeródromo de Fortaleza para um voo na vertical. Depois da decolagem, o
ultraleve apresentou perda de potência do motor, realizando um pouso forçado.
Porém, não foi possível identificar os danos sofridos pelo veículo porque o
operador o desmontou e o retirou do local sem a autorização do comando
investigador.
Antes disso, em 13 de junho de 2010, por volta de 12h50, uma
aeronave caiu de bico no solo, no momento do pouso, em Aquiraz. O piloto morreu
e um passageiro saiu com ferimentos leves. Já os dois incidentes graves
ocorreram em 2011 e 2018. Nas duas, as aeronaves fizeram pousos de emergência.
Segundo o Comando da Aeronáutica, o objetivo das investigações realizadas pelo
Sipaer é a prevenção de futuros acidentes aeronáuticos.
Fonte: Diário do Nordeste
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