Autuada por homicídio após enterrar a filha recém-nascida
viva, Raimunda Nonata Laurindo da Silveira, de 24 anos, está presa no município
de Granja e deve ser ouvida pelo juiz no Fórum de Camocim, a 347 km de
Fortaleza, município onde o crime ocorreu, nesta quarta-feira (27), uma semana
após a ocorrência. A autópsia concluiu que a criança morreu por asfixia, antes
mesmo de ser atacada por animais. O corpo foi encontrado por um tio.
Presa em flagrante, a mãe da criança foi indiciada e está a
disposição da Justiça. Com o inquérito concluído na delegacia municipal de
Camocim, o caso foi encaminhado para o Fórum da cidade. Além da acusada, quatro
pessoas da família foram ouvidas.
“Ela está presa em Granja e nesta quarta-feira deve ser conduzida
para uma audiência de custódia. De lá, o juiz decide se ela vai continuar presa
ou não. Mas acredito que vá, devido a gravidade do crime. A nossa participação
no inquérito já foi concluída”, explicou Cláudio Vasconcelos, delegado
municipal de Camocim.
De acordo com Cláudio Vasconcelos, a autópsia confirmou que a
criança morreu realmente por asfixia. Ele ainda explica que, na audiência de
custódia, a suspeita será conduzida para o Fórum de Camocim, onde o juiz vai
decidir o destino dela. Se o magistrado optar pela prisão, ela deve voltar ao
presídio em Granja e de lá ser recambiada para algum presídio em Sobral, CPPL
ou qualquer outro que tenha vaga.
Entenda o caso
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSPDS),
Raimunda manteve segredo dos nove meses de gestação. Na última quarta-feira
(20), ela ingeriu um chá abortivo e sentiu contrações. Depois, em um terreno
afastado da própria casa, em Buriti, entrou em trabalho de parto.
Após o nascimento da criança, ela teria enterrado a menina e
voltado para a residência. Um irmão percebeu que ela estava sangrando e
questionou. Sem dar muitos detalhes, Raimunda foi para a residência da irmã
mais velha.
Suspeitando da gravidez, o irmão foi ao terreno nos fundos da
casa e encontrou o corpo da recém-nascida, que acabou, em parte, devorado por
animais. Ele mesmo recolheu o corpo e avisou aos parentes. Ao voltar pra casa,
a mãe da criança foi mantida no local até a chegada da polícia.
Sobre a motivação do crime, Raimunda que decidiu fazer isso
por ser solteira, por ter tido dois filhos antes, um deles dado para adoção, e
tinha medo da reação da família quando soubesse de uma nova gravidez.
Por Tribuna do Ceará
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