quarta-feira, 27 de março de 2019

Autópsia aponta que bebê morreu por asfixia antes de ser atacada por animais


Autuada por homicídio após enterrar a filha recém-nascida viva, Raimunda Nonata Laurindo da Silveira, de 24 anos, está presa no município de Granja e deve ser ouvida pelo juiz no Fórum de Camocim, a 347 km de Fortaleza, município onde o crime ocorreu, nesta quarta-feira (27), uma semana após a ocorrência. A autópsia concluiu que a criança morreu por asfixia, antes mesmo de ser atacada por animais. O corpo foi encontrado por um tio.

Presa em flagrante, a mãe da criança foi indiciada e está a disposição da Justiça. Com o inquérito concluído na delegacia municipal de Camocim, o caso foi encaminhado para o Fórum da cidade. Além da acusada, quatro pessoas da família foram ouvidas.

“Ela está presa em Granja e nesta quarta-feira deve ser conduzida para uma audiência de custódia. De lá, o juiz decide se ela vai continuar presa ou não. Mas acredito que vá, devido a gravidade do crime. A nossa participação no inquérito já foi concluída”, explicou Cláudio Vasconcelos, delegado municipal de Camocim.

De acordo com Cláudio Vasconcelos, a autópsia confirmou que a criança morreu realmente por asfixia. Ele ainda explica que, na audiência de custódia, a suspeita será conduzida para o Fórum de Camocim, onde o juiz vai decidir o destino dela. Se o magistrado optar pela prisão, ela deve voltar ao presídio em Granja e de lá ser recambiada para algum presídio em Sobral, CPPL ou qualquer outro que tenha vaga.

Entenda o caso

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSPDS), Raimunda manteve segredo dos nove meses de gestação. Na última quarta-feira (20), ela ingeriu um chá abortivo e sentiu contrações. Depois, em um terreno afastado da própria casa, em Buriti, entrou em trabalho de parto.

Após o nascimento da criança, ela teria enterrado a menina e voltado para a residência. Um irmão percebeu que ela estava sangrando e questionou. Sem dar muitos detalhes, Raimunda foi para a residência da irmã mais velha.

Suspeitando da gravidez, o irmão foi ao terreno nos fundos da casa e encontrou o corpo da recém-nascida, que acabou, em parte, devorado por animais. Ele mesmo recolheu o corpo e avisou aos parentes. Ao voltar pra casa, a mãe da criança foi mantida no local até a chegada da polícia.

Sobre a motivação do crime, Raimunda que decidiu fazer isso por ser solteira, por ter tido dois filhos antes, um deles dado para adoção, e tinha medo da reação da família quando soubesse de uma nova gravidez.


Por Tribuna do Ceará

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