A morte da criança Enzo Gabriel Loiola Prado, de 2 anos, após
cair da varanda do 11º andar de um edifício residencial na Praia do Futuro,
ontem, em Fortaleza, é investigada pela Polícia Civil do Ceará. A varanda do
apartamento não possui telas de proteção e o menino caiu do prédio enquanto a
mãe estava na cozinha da residência. O laudo pericial sairá em 10 dias e deve
apontar se houve homicídio, suicídio ou se as causas da ocorrência foram
acidentais.
O caso alerta para a importância de redobrar os cuidados para
evitar acidentes domésticos com crianças.
No momento da queda, conforme a Polícia Militar, a mãe estava
na cozinha e sentiu falta do menino, que brincava no sofá. Ela o procurou pelos
cômodos e não o achou, foi quando se deu conta de que o filho teria caído do
imóvel. No apartamento, havia ainda um bebê de pouco mais de um ano e a filha
mais velha, de 11 anos. A menina contou que, ao perceber que Enzo tinha caído,
a mãe tentou pular do prédio. A própria filha teria impedido a ação da mãe.
Além da Polícia Militar e da Perícia Forense do Ceará (Pefoce),
também foram acionados para o local o Corpo de Bombeiros e o Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Mas, ao chegarem, a criança já estava sem
vida. Conforme a Perícia, o laudo pericial, que deve apontar como o caso
ocorreu, será emitido em 10 dias.
A hipótese inicial é que as características corroboram a
ideia de óbito acidental. O laudo necroscópico, que apura a causa da morte e
aponta, por exemplo, quais órgãos da vítima foram atingidos, deve sair em 30
dias.
Prevenção
O apartamento em questão não possui telas de proteção e a
morte da criança deixa pais e responsáveis em estado de alerta em Fortaleza.
Dados do Datasus, sistema de tabulação de informações do
Ministério da Saúde, apontam que entre 2012 e 2017, o Brasil registrou 162
mortes de vítimas que tinham entre menos de 1 ano e 14 anos em decorrência de
quedas de edifícios.
Neste intervalo de tempo, o Ceará contabilizou 4 mortes de
crianças devido a quedas de prédios. Destas, duas foram no Crato, uma em
Fortaleza e uma em Tianguá.
A gerente-executiva ONG Criança Segura (localizada em São
Paulo), Gabriela Freitas, destaca que, quando se fala em acidente com crianças,
incluindo quedas, queimaduras e afogamentos, "está se falando de motivo de
preocupação para a saúde pública".
Gabriela, cuja ONG atua em ações preventivas sobre esse tipo
de ocorrência, enfatiza que dois fatores são primordiais nos cuidados
domésticos: supervisão ativa e estrutura do ambiente.
Ela reforça que, embora os acidentes domésticos não sejam a
causa central de óbitos infantis no Brasil, eles ainda são o principal motivo
de internação. As quedas, explica ela, seja da própria altura ou de estruturas,
junto às queimaduras, lideram as admissões hospitalares infantis no País.
Fonte: Diário do Nordeste
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