A Assembleia Legislativa do Estado
instala nesta quinta-feira (16) a Comissão Especial para Acompanhamento das
Obras de Transposição do Rio São Francisco, que, pelo prazo de 180 dias, deve
realizar visitas e cobrar encaminhamentos para a obra, cujo trecho do Eixo
Norte se encontra parado há quase dois meses. A comissão deve ser presidida
pelo deputado Guilherme Landim (PDT), propositor da iniciativa.
“Nós estaremos amanhã (quinta)
elegendo o presidente e o vice-presidente, para que, a partir daí, a gente comece
as visitas in loco à obra, conversando com a empresa que está lá, conversando
com o sindicato, que está agora em uma greve que já vai pra quase 60 dias, e a
obra completamente parada nesse trecho entre Salgueiro e Jati, aqui no Ceará.
Para que a gente possa também ir ao Ministério do Desenvolvimento Regional,
para ver quais são os prazos, ver o que que o Ministério está fazendo para a
volta dessa obra", afirmou o deputado.
Além de Landim, integrarão a comissão
outros oito deputados: Júlio César Filho (Cidadania), Marcos Sobreira (PDT),
Nezinho Farias (PDT), Queiroz Filho (PDT), Walter Cavalcante (MDB), Nelinho
(PSDB), Danniel Oliveira (MDB) e Antônio Granja (PDT).
Segundo Júlio César, líder de Camilo
Santana na Casa, um dos objetivos do grupo é cobrar informações mais precisas
do Governo Federal. “O que nos chega é que os recursos estão bloqueados. Nós
queremos saber o motivo, se há previsão de que os recursos voltem a fluir,
conforme estava sendo feito em governos anteriores. Nós estamos há quase cinco
meses, quatro meses superados já do novo governo, e não estamos vendo
perspectivas em várias políticas, mas principalmente nessa obra tão
importante”, criticou.
Tendo atravessado os governos Lula,
Dilma e Temer após o início em 2007, as obras da Transposição chegaram aos
primeiros meses da gestão Bolsonaro com mais um prazo não correspondido. No dia
15 de fevereiro, o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto,
assegurou, após reunião com Camilo Santana, que as obras no Eixo Norte seriam
concluídas neste mês, e que a água chegaria a Jati no segundo semestre. Mas a
segunda quinzena de maio ainda traz um cenário de incertezas.
Na próxima semana, deputados da
Comissão participarão de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de
Pernambuco, sobre os problemas enfrentados pelas agrovilas no curso da
Transposição.
“Nós não temos um parecer do
Ministério, do que é que ele está pensando para a conclusão dessa obra e
principalmente para como é que vai ser o uso dessa água por parte da população
e efetivamente, qual será o custo dessa água para os entes públicos e
principalmente para o consumidor, para o pequeno agricultor que fica ali à
margem do canal e não sabe quanto é que essa água vai custar pra ele produzir e
pra ele consumir em casa”, questionou Landim, que comandará a terceira comissão
criada na Assembleia com o objetivo de acompanhar a Transposição. A primeira
tinha à frente seu pai, Wellington Landim, falecido em 2015. A anterior era
presidida pelo ex-deputado Carlos Matos (PSDB).
Dessalinização
Para o deputado Queiroz Filho (PDT),
o impasse nas obras da Transposição enseja a retomada da pauta sobre a Planta
de Dessalinização de Água Marinha para a Região Metropolitana de Fortaleza.
“Sempre houve uma discussão sobre o custo que essa água dessalinizada teria,
mas hoje o Estado do Ceará, com potencial de geração de energia eólica e um
potencial de energia solar, já conseguiria, pelo menos a princípio, produzir
uma água, fruto da dessalinização, a um preço competitivo até da água que a
gente traz hoje do Castanhão”, avaliou.
Fonte: Diário do Nordeste
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