quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Cerca de 63% da população cearense não pratica nenhum esporte



É fácil ver pelo menos quatro pessoas caminhando nas praças de qualquer cidade no estado. Você pode pensar que é muita gente em atividade, mas não é. A maior parte da população cearense está parada.

O Sistema Verdes Mares traz uma pesquisa inédita, em parceria com o Instituto Opmus, com um raio-x da prática esportiva dos residentes na região e o dado é alarmante. Cerca de 63% da população cearense não pratica nenhuma atividade esportiva. Ao todo, foram entrevistados 2.050 pessoas nos 184 municípios cearenses. Os dados foram apurados entre os dias 12 e 19 de outubro, usando como referência a faixa etária acima de 16 anos.

Para Adriano Loureiro, presidente da Comissão de Educação Física e Saúde do CREF5, a principal preocupação é que a inatividade pode acarretar outras doenças além da obesidade. "É um dado preocupante. A OMS lançou um relatório chamando atenção para a relação entre a inatividade como fator fundamental na causa de outras doenças. Inatividade é o quarto maior fator de risco para mortalidade no mundo", conta o especialista.

A falta da prática de atividades físicas acarreta uma série de problemas para a saúde e pode corromper as mais diversas áreas do corpo, como os sistemas cardiorrespiratório, digestivo, reprodutor, endócrino e esquelético.

O médico cardiologista e membro do Cremec, Fernando Medeiros, destaca a importância dos esportes para a prevenir doenças e recomenda 150 minutos de atividade física por semana.

"Pessoas viverão mais e melhor. Uma atividade aeróbica, de maior duração e menor intensidade, como a caminhada, é o ideal. Existe a particularidade do indivíduo".

Entre os esportes mais praticados pelos moradores da região estão o futebol (14%), a caminhada (13%), academia (6%), vôlei (2%), corrida (2%). Segundo Gabriela Chaves, professora do curso de educação física da Universidade Federal do Ceará, o futebol e a caminhada são os mais queridos por serem extremamente democráticos e possuírem baixo custo, o que permite essa maior adesão.

"Ambas são práticas que as pessoas veem como simples e adere como sinônimo de saúde. Além disso, proporcionam de certa forma benefícios cardiovasculares e mudança na curva de comportamento sedentário, mantendo seus praticante ativos por mais tempo durante o dia".

A prática esportiva desencadeia a liberação da endorfina, que gera uma sensação de prazer e bem estar, auxiliando inclusive no tratamento de doenças como depressão e ansiedade. Para Adriano, a melhor forma de incentivar a prática é por meio de políticas públicas. "Temos muitas praças, mas precisamos de articulação do poder público e projetos para baixa renda".

Fonte: Diário do Nordeste

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