domingo, 16 de fevereiro de 2020

Ceará mostra poder de reação contra o Bahia, mas ainda precisa de ajustes



Foi sofrido, longe do ideal, mas simboliza reação. O empate do Ceará com o Bahia em 2 a 2, ontem, na Arena Castelão, tem muito significado e, em tese, soa mais positivo que negativo. Ali, diante da pressão do próprio torcedor, o time foi buscar o placar aos 48 do 2º tempo com Mateus Gonçalves - antes Vinícius havia inaugurado o marcador e Gilberto, duas vezes, virado para o Tricolor.

É uma resposta necessária de um elenco, com qualidade, que dominou a primeira parte da partida. Apesar da oscilação, normal no início de trabalho, o Vovô esteve armado no 4-2-3-1 desde o início, tentou propor o jogo com protagonismo e até construiu os melhores lances. No fim, a imagem de Rafael Sóbis paralisado pelo cansaço após o apito final é reflexo dessa entrega.

Em campo, o que se viu foi uma estratégia que funcionou. Se tratando da parte da frente, a equipe tinha linhas de marcação adiantadas, pontas flutuando pelo meio e muita rotação em prol da armação de Vinícius.

A imposição foi tamanha que o Bahia sequer conseguia chegar ao campo de ataque, estava anulado. O gol de Vinícius, de fora de área, após passe de Rafael Sóbis, também evidencia o controle e a posse, mesmo que sem infiltrações na grande área.

Na primeira chegada, bola na rede. O sinônimo de letalidade perante o torcedor. E o ritmo foi esse, de arremates a média de distância com perigo enquanto Charles e William Oliveira apareciam como opção para o passe e se articulavam para evitar qualquer contra-ataque.

O detalhe é que havia qualidade técnica do outro lado, apesar de pouca evidenciada. O primeiro tento tricolor não teve nada de construção, por exemplo, o peso veio do excesso de espaço enquanto uma bola rebatida cortava a marcação, algo que não se faz perto de Gilberto, atacante nato.
O acerto que não veio
Foi assim também quando o mesmo Gilberto aproveitou espaço e até driblou Prass, já no 2º tempo. Em si, o Ceará se desorganizou pela baixa intensidade e as mexidas de Enderson, que não deram certo.

O lance capital, de empate, até veio dos pés de Mateus Gonçalves, boa parte do jogo vaiado. Mas Felipe Silva cedeu a bola que originou um dos gols do adversário e Rodrigão, mais uma vez, esteve nulo dentro de campo.

O resultado veio na raça, na força de vontade e no volume desorganizado que ganhou espaço com o recuo do Bahia. Por vezes, é importante ter o ímpeto para correr atrás sem se omitir. O saldo é de trabalho para o treinador, que pode extrair mais na sequência.

Diário do Nordeste

Por Redação
Miséria.com.br

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