sexta-feira, 13 de março de 2020

Mortes por doenças relacionadas aos rins aumentam 17,4% no Ceará



No calendário da Saúde, a segunda quinta-feira de março celebra internacionalmente o Dia Mundial do Rim, a fim de promover a conscientização sobre a doença renal crônica. No Ceará, a data chama a atenção para uma realidade mais urgente: de 2016 para 2019, o número de mortes por doenças relacionadas aos rins aumentou em aproximadamente 17,4%, conforme dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

Enquanto o ano de 2016 teve 733 óbitos registrados por doenças renais, um total de 861 mortes foram contabilizadas no ano passado. Já de acordo com a Fundação do Rim, cerca de 5 mil pessoas no Ceará estão em fases mais avançadas da doença renal crônica, submetendo-se à Terapia Renal Substitutiva - hemodiálise e diálise peritoneal.

"Essa condição tem tido um crescimento acelerado muito por conta do crescimento do diabetes, da hipertensão arterial e o próprio envelhecimento da população", explica o nefrologista Paulo Mota, presidente da Fundação do Rim.

O médico enfatiza a importância da prevenção e do diagnóstico precoce de condições renais, em especial para a população considerada de risco, que são pacientes com diabetes, hipertensos, com doenças cardiovasculares, tabagistas ou que tenham histórico de doença renal na família. "Para esses, a gente aconselha a procurar um médico assim que possível e dosar a creatinina, que é uma substância que pode diagnosticar a doença".

Espera

Para o economista Newton Batista, 61, o diagnóstico veio como uma surpresa há três anos e meio. Ele foi o primeiro de sua família a desenvolver a doença renal crônica, e nunca teve problemas de pressão arterial ou diabetes.

"Eu trabalhei durante dois anos no exterior, e sempre postergava a ida ao médico. Sentia alguns sintomas, como perda de apetite e de peso, câimbras. Mas achava que era devido ao estresse", revela. Ao ser identificada, a doença renal crônica já estava em uma fase avançada. Hoje, Newton está na fila de espera para o transplante de rim, e realiza a hemodiálise três vezes por semana.

"Afeta muito o dia a dia de uma pessoa que tem rotina de trabalho. Você deixa de fazer atividades normais porque tem que fazer exames o tempo todo, e hemodiálise. Mas eu consigo conciliar isso com o apoio da família. Se forem cumpridos todos os procedimentos e exames preventivos, a doença é controlada. Você se prepara pra fazer o transplante, e tudo vai dar certo", diz.

Campanha

Newton esteve presente durante a campanha em alusão ao Dia do Rim, realizada ontem (12) no Shopping Del Paseo. O evento foi promovido em parceria com a Fundação do Rim, a Sociedade Brasileira de Nefrologia e a Unifor, e ofereceu serviços de uma equipe multidisciplinar para aferir a pressão arterial e a glicemia do público presente.

As pessoas avaliadas também receberam orientações de um grupo de estudantes do curso de Nutrição da Universidade de Fortaleza, que também se disponibilizou para tirar dúvidas dos pacientes. "É muito importante ressaltar a ingestão de água, manutenção do peso, tentar consumir o máximo de alimentos naturais, reduzir o consumo de sal e manter uma alimentação rica e variada", aconselha a nutricionista Liana Braga, professora do curso.

Fonte: Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário