terça-feira, 5 de maio de 2020

Empresário vai a julgamento por acusação de tentar matar policial militar atropelado no Ceará



O empresário paulista Rodrigo Mostarda Holanda de Araújo vai a julgamento por tentativa de homicídio, ao atropelar um soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE), no dia 11 de junho de 2011.

A decisão de levar o acusado a julgamento foi tomada pela 2ª Vara do Júri no dia 19 de fevereiro deste ano, mas foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico apenas na última quinta-feira (30). O juiz se baseou no laudo da lesão corporal e nos depoimentos das testemunhas. A defesa nega a intenção do cliente em tentar matar o PM.

A denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) relata que Rodrigo Mostarda estava em uma lanchonete com amigos, na Avenida Washington Soares, quando se iniciou uma discussão com outro grupo.

A Polícia Militar foi acionada e, ao chegar ao local, separou os dois grupos. Um soldado levou Rodrigo até o veículo do mesmo, da marca BMW. Segundo outro militar, neste momento, o empresário ameaçou o soldado de morte. Logo depois, o acusado acelerou o automóvel e atingiu o policial, que foi ao chão.

Ainda segundo o Ministério Público, o acusado fugiu em alta velocidade e foi perseguido pela Polícia Militar, até chegar a uma residência. Houve uma negociação e ele se entregou, sendo levado a uma delegacia da Polícia Civil, autuado por crime de trânsito e liberado. Quando o caso chegou na Justiça, foi compreendido como tentativa de homicídio.

Apesar de decidir levar o empresário a julgamento, o juiz da 2ª Vara retirou a qualificadora de surpresa do crime de tentativa de homicídio - como havia denunciado o Ministério Público. O magistrado considerou que já existia uma situação de estresse e de agitação no local, em decorrência da briga de dois grupos, e qualquer ato criminoso não seria surpreendente.

Defesa do acusado
Procurada, a defesa de Rodrigo Mostarda não quis conceder entrevista. No processo, o advogado alegou que o cliente é uma "pessoa pacata, de excelente comportamento, por tomar remédio controlado não é dado à bebedeira, não fuma e desde a adolescência trabalha. É tanto que se tornou empresário ainda muito jovem. Sempre fora muito responsável". E citou que ele tem problemas psicológicos desde que foi sequestrado na adolescência.

"Os autos apontam que os policiais foram violentos na abordagem, deram tiros, o que desencadeou um certo desequilíbrio emocional no acusado, momento em que ele acelerou o carro para sair o mais rápido possível daquela situação de pânico. Nunca sequer pensara em matar quem quer que seja. Simplesmente acelerou, sem nenhuma premeditação de fazer o mal", justificou o advogado.

A defesa do acusado ainda descartou a ameaça de morte que ele teria feito ao PM antes do atropelamento. E acusou o soldado da PM de dar um chute no empresário, na delegacia, e de ter uma grande ficha funcional - apesar da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e do Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) ter informado à Justiça que o militar responde a apenas um processo por desvio de conduta.


Por G1CE

Nenhum comentário:

Postar um comentário