quinta-feira, 23 de julho de 2020

Cearense morre em São Paulo após ser 'atropelado' por cães e bater a cabeça no chão



Um cearense morreu na sexta-feira (17) em São Paulo após ser atropelado por dois cachorros e bater a cabeça no chão enquanto caminhava na calçada. O pedreiro Antônio Irismar Linhares dos Santos, 48 era natural de Crateús (CE) e morava na capital paulista havia 30 anos.

Ele chegou a ficar internado em coma induzido e teve morte cerebral confirmada dois dia após o ocorrido. Segundo Mariana Linhares, filha de Irismar, ele planejava visitar sua terra natal em dezembro deste ano.

Na quarta-feira (15), dois dias antes de falecer, cães que corriam em uma calçada bateram nas pernas de Antônio, que saía de casa para comprar uma refeição. Câmeras de segurança mostram o momento em que ele cai e sente uma pancada na cabeça.

“Quando me falaram que ele caiu, achei que teria sido de um andaime, já que ele é pedreiro. Só fui entender quando me mandaram um vídeo da queda”, conta a filha, Mariana Linhares, de 22 anos.



Após a queda, o cearense desmaiou e ficou desacordado por cinco minutos. Depois disso, voltou à consciência, se levantou, sentou na calçada e pediu para ser levado ao médico porque sentia muitas dores. “Na triagem ele já estava passando mal, vomitando sangue”, conta Mariana.

Horas depois, Antônio já estava confuso, sem reconhecer as pessoas, sonolento e com dificuldades para respirar, conta a filha. Na unidade de saúde, foi induzido ao coma; ainda no dia do acidente, o cérebro já não respondia. Ele sofreu um trauma cranioencefálico e uma fratura na coluna cervical.
Após a morte cerebral confirmada, os aparelhos foram desligados na quinta-feira e, mesmo assim, os órgãos de Antônio permaneceram funcionando por mais 24 horas. “Ele ficou lutando sozinho”, acredita a filha.

Saudade de casa
Seu irmão mais novo, Mardonio Linhares, conta que o pedreiro estava ansioso pela chegada do fim do ano para poder rever seus familiares em Crateús, onde não pisava há 16 anos. A ideia inicial era que a viagem acontecesse neste mês de julho, mas por conta da pandemia da Covid-19, o plano foi adiado para dezembro. “Ele estava muito feliz até adiar. Todo mundo ainda está muito chocado”, desabafa.

O segundo de nove irmãos, Antônio tinha duas filhas, Mariana e Juliana, e também era muito apegado às suas duas netas. “A vida dele era elas”, garante Mariana. Para Mardônio, a maior característica de Antônio era a simplicidade.

“Ligava todos os dias para a família. Deu tudo que podia para as filhas”. Também tinha muitos amigos em São Paulo. “Se você andasse com ele, de cinco em cinco minutos ele parava pra falar com as pessoas”, completa a jovem.

A Polícia Civil de São Paulo está investigando o caso e busca identificar o dono dos cachorros. No momento do acidente, o tutor fugiu e abandonou os animais. A família espera que seja localizado para ser responsabilizado.


Por Antonio Rodrigues, G1 CE

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