quinta-feira, 2 de julho de 2020

Ex-catador, professor radicado no Ceará cria computador de R$ 22 para ajudar estudantes durante pandemia



Ex-catador de latinhas, o professor Ciswal Santos, de 31 anos, radicado em Juazeiro do Norte, na região do Cariri do Ceará, acaba de desenvolver um computador do tamanho de uma caixa de fósforo, para ampliar a acessibilidade tecnológica de famílias de baixa renda. O aparelho, que foi construído com um custo de apenas R$ 22, pretende auxiliar, sobretudo, crianças e jovens cearenses no ensino.

Em 2018, a história de Ciswal ganhou o Brasil após o professor ser selecionado para estudar na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, uma das mais conceituadas do mundo. A seleção ocorreu a partir de um projeto de sua autoria de geração de energia sustentável, captação de água e acesso à internet por baixo custo. O trabalho já foi implementado em uma aldeia de Moçambique, no continente africano, em janeiro deste ano.

Batizado de HYTEC One (que significa “Oi, tecnologia” em inglês), o computador foi criado com pequenos componentes eletrônicos, rodando um sistema operacional básico, que pode ser conectado a qualquer tela, seja um monitor ou um celular.

A ideia surgiu quando Ciswal começou a perceber a dificuldade de estudantes para assistir a aulas escolares remotamente, principalmente durante a pandemia de Covid-19, já que muitos não têm acesso à internet. “Um computador hoje é bem caro. A falta de acessibilidade me deixava desconfortável desde cedo”, justifica.

Quando ainda morava em sua terra natal, Palmares, em Pernambuco, Ciswal recorda que, aos 8 anos de idade, desejava muito fazer um curso de computação. “Pedi muito para meu pai, mas o valor do curso era a feira”, lembra. Sem dinheiro, sua família o colocou para estudar datilografia. “Quando estava terminando o HYTEC One, lembrei desse episódio. Se naquela época, um Ciswal tivesse aparecido ou o governo entregasse isso, o que eu estaria fazendo hoje? São coisas que fazem a gente ter empatia com o próximo”, justifica.


Com apenas R$ 22, o professor criou um computador com duas partições e o uso de um cartão de memória SD como um HD de computador. A memória primária está em nuvem. O aparelho, que também tem capacidade de receber sinal Wi-Fi, mede aproximadamente três centímetros. “O processamento de dados, que é área que a gente estuda em Harvard, pegou muito pensado nesta parte de microeletrônica, nanotecnologia, nestes últimos três meses”, conta Ciswal.

O computador pode ser transportado no bolso, mas precisa de uma tela, seja TV ou aparelho celular, para ter acesso ao sistema Windows 98, que dá acesso à internet e programas como Word, PowerPoint e Excel. Porém, Ciswal já está desenvolvendo seu próprio sistema operacional, que deverá ficar pronto em até quatro meses. “Vai ser um sistema de fácil acesso para idosos, crianças, para quem não tem noção de informática. Será muito instrutivo, vai ensinado”, acredita o professor.

Difusão
Após apresentar o projeto, Ciswal conta que recebeu uma proposta de um grupo de empresários de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que querem investir na ideia e popularizar o aparelho no continente africano. “Minha intenção era que se popularizasse primeiro no Brasil. Eu defendo a necessidade do povo. Queria muito que algum governo, seja municipal, estadual ou federal, pudesse popularizar. Dar acessibilidade aos jovens, condições de estudo”, defende.

Caso não apareçam interessados em implantar o projeto no Brasil, Ciswal deverá colocá-lo em prática fora do país. “Mas a prioridade é do Nordeste, do Ceará. Vou trabalhar em prol da população daqui”, ressalta.

Trajetória
Nascido em Palmares, o professor se mudou para Juazeiro do Norte na adolescência quando seu pai, também professor, foi transferido para a cidade de Serra Talhada (PE). Após a separação dos pais, as dificuldades financeiras apareceram. Sua mãe ganhava R$ 15 por faxina. O valor era pouco para o jovem se manter na escola e sustentar a casa, por isso Ciswal resolveu trabalhar em um mercantil entregando as feiras de bicicleta.

Depois de entrar para faculdade, antes de completar os 16 anos, ele teve que buscar no lixo a solução para continuar estudando. Foi aí que Ciswal resolveu catar latinhas para reciclagem. O quilo do material custava R$ 2. Em uma semana, conseguia três quilos e meio. Com essa renda, foi capaz de pagar cópias, apostilas, livros e impressões.


Por Antonio Rodrigues, G1 CE

5 comentários:

  1. O conector USB com o transmissor à esquerda está com todos os pinos em curto, na mesma linha do protoboard. O capacitor não vai ligado a nada. Tampouco o switch e o transistor. Na placa a única coisa energizada é o led com aqueles dois fios que somem à direita. Conectado ao celular está o adaptador usb do teclado e no celular um aplicativo que simula o windows 98 que pode ser baixado na playstore. Com certeza deve ser parente daquela outra pesquisadora formada em harvard.

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  2. que triste Ozemar Rodrigues, fazendo fake news. e ainda mostra uma placa de caixa de som xing-ling para enganar dizendo ser o tal computador!!!! lamentável.

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkk Mais que noticia mais falsa kkkk ainda tira foto com plaquinha de som de mini caixa de som pirata kkkk

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  4. Tá cheio de curto-circuito na Protoboard... E na última foto pq ele está segurando uma plaquinha de Caixinha de som Bluetooth?

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  5. É sério? Ou é para testar o quanto a população é ingênua...

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