sexta-feira, 3 de julho de 2020

Instituto paulista explica por que Ceará ficou de fora de testes de vacina chinesa



Referência em pesquisa científica e o principal produtor de soros da América Latina e de vacinas, o Instituto Butantan, sediado em São Paulo, reconheceu, nesta quinta-feira (2), que o número de casos de Covid-19 estabilizou em Fortaleza e, por isso, a capital cearense não foi incluída na lista dos lugares no Brasil que vão testar um potencial imunizante chinês contra o novo coronavírus, a partir da próxima semana. Apesar disso, o Ceará ainda está no radar da instituição científica para futuros estudos clínicos.

"Com certeza foi um dos centros que conseguiríamos (fazer os testes), mas aparentemente, (o total de casos) já estabilizou e está tendendo a cair. Por isso talvez não foi uma das (cidades) que selecionamos", justificou Ricardo Palacios, diretor do estudo da vacina chinesa CoronaVac e gerente médico de ensaios clínicos do Instituto Butantan, durante uma entrevista coletiva online.

Ao justificar esse interesse científico, ele destacou a reputação da capital cearense na área científica. "Fortaleza tem uma tradição enorme de fazer bons estudos clínicos e excelentes centros. Vamos dar um jeito de levar estudos para Fortaleza e outras cidades", disse.

Na próxima semana, cinco estados do País (São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais) e Brasília, no Distrito Federal- nenhum estado do Norte e do Nordeste - devem iniciar os testes da vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, segundo divulgou o Governo paulista, nesta quinta-feira.

Durante a coletiva, foram discutidas as duas vacinas em testes atualmente no Brasil: além da candidata chinesa do laboratório Sinovac, há ainda o imunizante testado pelo grupo farmacêutico britânico AstraZeneca com a Universidade de Oxford, cuja vacina será testada em apenas um estado do Nordeste, a Bahia.

A esperança é que o País tenha, até janeiro de 2021, a distribuição da vacina britânica, informou Maria Augusta Bernardini, diretora-médica da AstraZeneca Brasil, na última segunda-feira. Para isso, é preciso que o resultado da fase 3 de testes mostre eficácia em 50 a 70% das pessoas testadas.


Por Lianne Ceará, G1 CE

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