quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Empresários descumpriram limite de ocupação de hotéis em Jericoacoara, diz prefeitura



A Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara afirmou nesta quarta-feira (9) que empresários do setor hoteleiro descumpriram o decreto em vigor na cidade ao manter a taxa de ocupação acima de 50%. No fim de semana que emendou com o feriado de 7 de setembro, hotéis e pousadas da vila de Jericoacoara, uma das praias cearenses que mais atraem turistas no estado, teve ocupação de 100%, conforme empresários do setor.

Em nota, a Prefeitura se manifestou e disse que não esperava “a aglomeração dessa forma” e que observou, “em muitos empresários, um descumprimento total do decreto municipal e estadual, onde permite-se apenas 50% da taxa de ocupação destes hotéis”.
No decreto municipal publicado que autorizou a reabertura gradativa, em agosto, no entanto, não há menção ao limite de ocupação da rede hoteleira, apenas do funcionamento de barracas de praia e restaurantes.

"A partir de 08 de agosto de 2020, poderão funcionar das 7h00 às 18h os restaurantes e barracas de praia/lagoa, com público presencial limitado a 50% da capacidade total de atendimento do estabelecimento, após esse horário, somente será permitido a retirada ou entrega de refeições, sem atendimento em mesa ou balcão no local”, diz o documento.

Ainda conforme a nota, "é preciso que poder público, sociedade civil e setor empresarial se unam e combatam esse tipo de atitude".

"A prefeitura se reunirá hoje com diversas secretarias para definir punições ainda mais severas para quem estiver descumprindo as regras do município. Apesar da alegria e diversão da maior parte dos turistas que estiveram em Jijoca de Jericoacoara, é importante que todos os protocolos sejam respeitados por todos, não visando apenas o 'EU', e sim o 'NÓS'", finaliza.

Desde o início da pandemia, Jericoacoara soma 755 casos confirmados da Covid-19 e 10 óbitos.

Cobrança
O presidente do Conselho Empresarial, Oswaldo Leal, cobra maior monitoramento na Vila. “Não existe nenhum monitoramento. Não existe controle de entrada na Vila, não existe monitoramento nas pousadas”. Ele também questiona a limitação, em 50%, citada pela Prefeitura, ressaltando que isso não estava presente no decreto municipal.

Um proprietário de pousada que não quis se identificar argumenta que o setor está cumprimento o exigido. “A gente está amparado em tudo que está no decreto, só aplica o que está no decreto”, explica. Segundo ele, os demais empresários estão seguindo o recomendado pelas entidades de saúde, mas falta fiscalização da Prefeitura.

“Nós tivemos que fazer a nossa parte e esperávamos a contrapartida. Por exemplo, liberar as Caipirinhas é pedir para ter aglomeração. O que a gente esperava era uma fiscalização mais efetiva. Parece que tudo só ficou a cargo do empresário.”

Além disso, conforme ele, os funcionários foram preparados, também, para se protegerem. “Treinei meus funcionários para primeiro se protegerem. No momento que o cliente entra (em um restaurante, pousada, hotel, etc), a gente faz todo o processo recomendado. O grande problema estava nas ruas, em relação ao controle de horário de fechamento, pouco policiamento, pouca fiscalização. O turista não ia ficar dentro da pousada o tempo todo”, pondera o proprietário.

Segundo nota da Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara, uma semana antes da reabertura do município para o turismo, mais de 600 pessoas, entre empresários do setor “hoteleiro, gastronômico, cooperativas de transportes, esportes náuticos, entre outros”, em duas semanas de “treinamento diário, orientando e discutindo todos os protocolos (de saúde)”. A iniciativa aconteceu em parceria com o Sebrae e Senac, segundo a Prefeitura.


Por Rodrigo Rodrigues, G1 CE

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