terça-feira, 1 de setembro de 2020

Trans é morta ao testemunhar homicídio em Fortaleza, diz polícia



Dois integrantes de uma facção criminosa foram presos por suspeita de envolvimento em três homicídios em Fortaleza, ocorridos no intervalo de cerca de meia hora, conforme a Polícia Civil. Uma das vítimas é a transexual Soraya de Oliveira Santiago, de 35 anos, assassinada porque testemunhou o homicídio de outra pessoa.

Conforme o delegado Leonardo Barreto, diretor da Divisão de Homicídios, um dos presos tem passagens na polícia por roubos e por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito; o segundo preso tem antecedentes criminais por homicídio, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e permitido, associação criminosa e posse de droga. As prisões ocorreram na sexta-feira (28), em cumprimento a mandado de prisão preventiva.

Outros envolvidos nos três assassinados já foram identificados e são procurados pela polícia, conforme o titular da delegacia responsável pela investigação do caso.

Vítima testemunhou crime
De acordo com a Polícia Civil, Soraya, que trabalha como cabeleireira, foi morta pelos criminosos por testemunhar a morte de Francisco Ediberto dos Santos Brasileiro, de 39 anos, que seria o alvo da dupla.

Os corpos de Soraya e Ediberto foram encontrados com marcas de tiros próximos à margem da Lagoa da Maraponga, no dia 12 de julho. Os corpos foram periciados e examinados na Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).

Ao todo, 15 transexuais e travestis foram mortas no Ceará este ano. O caso mais recente aconteceu na madrugada do último sábado (29), quando uma travesti identificada como Branca foi executada próximo à BR-116, no Bairro Pedras, em Itatinga, na Grande Fortaleza.

Homicídio minutos antes
Ainda segundo a polícia, minutos antes da morte de Soraya e Ediberto, os dois homens presos participaram do assassinato de Gerson Ediberg Pereira dos Santos, 47 anos, no Bairro Parangaba.

Ediberg estava dormindo em uma calçada próxima ao terminal quando foi atingido pelos disparos.

Levantamentos da polícia apontaram que Ediberto e Ediberg eram pessoas em situação de rua e foram mortos por pertencerem a território rival ao do grupo que executou os crimes.

Os dois presos, assim com os outros foragidos, segundo a polícia, foram indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil, sem chance de defesa da vítima e para assegurar a execução do crime. Além disso, os suspeitos também irão responder por integrarem organização criminosa armada.

O inquérito policial sobre os casos já foi encaminhado ao Poder Judiciário, ocasião em que o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) decidiu denunciá-los pelos crimes. A Polícia Civil segue com as investigações em andamento para capturar os outros envolvidos nos homicídios.


Por G1 CE

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