Os municípios de Crateús, Juazeiro do Norte e Jaguaribe
apresentaram taxas de Umidade Relativa (UR) do ar classificadas pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) como de atenção e alerta, já que atingiram
níveis de 21%, 23% e 19%, respectivamente, no último fim de semana. A
informação é da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme).
Considerando o período das última 24 horas observam-se
valores de umidade do ar em torno dos 30%. Por exemplo, Itapipoca, Sobral,
Jaguaruana, Barbalha e Morada Nova registraram UR mínima de 33% e 35%. As
menores taxas, já consideradas de atenção, aconteceram em Jaguaribe e Crateús,
ambas com 28%. Segundo o Núcleo de Meteorologia da Funceme, os índices mais
baixos costumam ocorrer entre o período das 12h às 15h. No último fim de
semana, a previsão para a taxa referente à umidade relativa do ar no Ceará
ficou abaixo dos 30%, conforme informações da Fundação Cearense de Meteorologia
e Recursos Hídricos (Funceme). O valor deve voltar a subir na noite desta
segunda-feira (2), indicando, até lá, tempo seco.
Imagens de satélite apontaram pouca nebulosidade sobre o
Estado neste período, um dos motivos que implicam na redução da umidade. Até a
próxima quinta-feira não há condições de chuvas no Ceará, ainda conforme a
Funceme.
Porém, existe uma tendência de precipitações para o próximo
fim de semana, ainda associada aos Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOLs), que
são fenômenos típicos desta época do ano e formados na faixa tropical do globo
terrestre, na área de influência dos ventos alísios, e se deslocam desde a
costa da África até o litoral Leste do Brasil.
De sábado para domingo, os municípios de Jaguaribe e Crateús
foram os que registraram níveis mais críticos referentes ao índice, com 19% e
21%, respectivamente. Em igual período, o nível mais baixo registrado em
Fortaleza foi de 54%. De acordo com estudos da OMS, quando o valor da umidade
relativa fica abaixo dos 30% há estado de atenção; se atingir entre 20% e 12%,
ocorre o estado de alerta.
Considerando o território cearense, o quadro não indica
surpresa, já que junho e julho - meses seguintes ao período da quadra chuvosa
no Estado - costumam apresentar resultados meteorológicos semelhantes todos os
anos. Os picos de redução da umidade relativa do ar acontecem em agosto,
voltando a sinalizar aumento a partir de setembro, quando registra-se maior
presença de ventos, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet).
Radiação
Por sua vez, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) apontou outro dado importante, referente ao Índice Ultravioleta (IUV) -
medida da intensidade da radiação UV, relevante aos efeitos sobre a pele
humana, incidente sobre a superfície da Terra - calculado para Fortaleza ontem
(1º). A porcentagem ficou em 13%, enquadrado na categoria "Extremo".
"No Ceará, vai ser frequente até o fim do ano o registro
de umidade relativa do ar em torno de 20%", explica o meteorologista da
Funceme, David Ferran. "A partir do mês de julho essa é a tendência, e
isso decorre da ausência de chuvas. O solo e a vegetação ficam mais
secos". O registro de baixa umidade relativa do ar se faz mais notável
principalmente no Interior do Estado e quanto mais distante do litoral menor é
a taxa de UR. "A faixa litorânea geralmente se apresenta mais úmida, ao
longo do ano, em virtude da umidade proveniente da evaporação da água oceânica
e que é trazida para o continente pelos ventos", explicou Ferran.
O meteorologista da Funceme explicou que os municípios
interioranos registram baixos índices, mas em apenas um grupo reduzido há
estações de monitoramento. "Em outras cidades pode até a taxa ser mais
baixa, mas não temos como saber porque não há instrumentos de verificação",
pontuou. A Funceme não tem dados comparativos com anos anteriores de umidade
relativa do ar.
Em agosto de 2017, segundo a Funceme, o município de Iguatu,
na região Centro-Sul do Ceará, registrou a umidade relativa mínima média mais
baixa do Estado, naquele período. Conforme dados da Plataforma de Coleta de
Dados (PCD) instalada na cidade, o índice havia fiado em 13%, o que é
considerado estado de alerta na classificação da Organização Mundial de Saúde.
Já Crateús, Quixeramobim e Tauá registraram umidade mínima
média entre 16% e 18%, também indicando alerta. Os baixos índices de Umidade
Relativa decorrem da época do ano, ao grau de interioridade, ou seja, a
distância da costa, e as condições predominantemente secas do solo e da
vegetação diminuindo a evapotranspiração para a atmosfera.
Precauções
Segundo afirma a dermatologista Maggy Helmut, precauções
devem ser tomadas em quadros como esse para evitar problemas graves na pele.
Uma delas é a atenção com a exposição solar, que deve ser evitada no horário
compreendido entre 10h e 15h.
Além disso, indica-se que a aplicação do protetor solar
aconteça meia hora antes de se expôr ao sol e, depois, a cada duas horas, ou
assim que sair do banho de mar ou de piscina. A sugestão é que o produto tenha
Fator de Proteção (FPS) 30, no mínimo.
"As pessoas também não podem esquecer de aplicar o
produto em áreas como orelhas, pescoço e dorso dos pés. Geralmente, não há um
cuidado tão grande com essas partes do corpo", alerta a profissional.
Abusar do uso complementar de materiais que ajudam a driblar
a incidência de raios UV na pele também é sempre bem-vindo. Bonés e chapéus com
aba longa e óculos escuros com fator de proteção são boas opções, além de
hidratação constante.
Ultravioleta
O Índice Ultravioleta (IUV) é apresentado como um número
inteiro. Conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde, os valores são
agrupados em categorias de intensidades.
Na tabela fornecida pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais, consta que valores abaixo de 2 são enquadrados na categoria
"Baixo"; de 3 a 5, "Moderado"; de 6 a 7, indicam valor
"Alto"; "Muito alto", número de 8 a 10, e
"Extremo" acima de 11.
Fonte: Diário do Nordeste
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