quarta-feira, 25 de março de 2020

Campeonato Cearense sofre impacto financeiro com a pandemia



O cenário do futebol brasileiro é de indefinições. Hoje, não é possível afirmar quando a pandemia do novo coronavírus terá os efeitos minimizados, e a sociedade voltará a viver dias de normalidade. Tampouco dá para imaginar quando a bola voltará a rolar nos gramados. Entretanto, neste período, uma coisa é certa: os impactos econômicos serão extremamente negativos, e o futebol cearense já começa a sentir os efeitos financeiros.

O Diário do Nordeste traz um cenário da realidade e dos prognósticos de todos os oito participantes da 2ª fase do Campeonato Cearense. Em comum, a incerteza sobre os números do prejuízo e a convicção de que, se o panorama se mantiver nas próximas semanas, não vai demorar para que a atual situação, que é de dificuldade, transforme-se em caos. Principais clubes do Estado e participantes da Série A do Campeonato Brasileiro, Ceará e Fortaleza são os que possuem melhores condições. Ambos têm maiores receitas e conseguem atravessar a crise atual com um pouco mais de equilíbrio.

"É prematuro calcular o prejuízo, ainda não sabemos o tamanho. Obviamente, toda população vai perder. Mas ainda não dá para mensurar valores. Vai impactar na renda, pela falta de jogos, na venda de produtos... Mas contrato de televisão, a principal fatia do bolo, a princípio, não vai ter nenhuma alteração. Porque o campeonato vai acontecer. Mesmo com mudança de regulamento ou de tabela", destaca João Paulo Silva, diretor-financeiro do Ceará.

O dirigente frisa ainda que a atual situação econômica do clube faz com que se tenha uma melhor condição neste momento conturbado. "Pelo fato de ter um clube bem equilibrado financeiramente, nesse momento, estamos sentindo menos. Sem dúvidas que outros clubes irão ter mais problemas. Se tivesse um passivo maior, seria mais complicado. Já simulamos uma situação de stress, e o Ceará aguenta alguns meses para frente".

O cenário é semelhante no rival Fortaleza. O clube tricolor projeta que haverá uma redução considerável no orçamento anual, inicialmente projetado na ordem de R$ 109 milhões, mas que aguarda os próximos dias para uma melhor definição de como elaborar um planejamento para este momento.

"Nós temos algumas projeções e estamos trabalhando com alguns cenários, mas nada concreto. Orçamento vai ser prejudicado, faturamento também, isso é óbvio. Só com as lojas, se pararmos de funcionar por 40 dias, até o fim de abril, deixaremos de faturar cerca de R$ 1 milhão bruto. Então, teremos receitas que ficarão muito comprometidas. A redução é muito brusca, mas não temos números concretos", aponta Maurício Guimarães, diretor-financeiro do Fortaleza.

Mesmo assim, ambos já se movimentam para que possam manter importantes fontes de receitas e, assim, consigam evitar mais prejuízos.

"Com relação ao sócio-torcedor, estamos tendo uma perspectiva boa, criando algumas ações, como de prorrogar mais um mês o sócio dos adimplentes para que eles não tenham prejuízo, e com alguns mecanismos para que, a princípio, a gente não tenha nenhuma perda", ressalta João Paulo, destacando ainda que, até o momento, o clube não perdeu nenhum patrocínio, assim como o Fortaleza.

"Temos patrocínios mantidos e a verba principal, que é a de televisão. Acredito que até o fim de março deverá ser possível imaginar quais as perspectivas para as próximas semanas", projeta Maurício.

O Ferroviário sofre dos mesmos problemas dos rivais, e a definição do acordo com os atletas será crucial para o futuro do clube. "Ainda não conseguimos mensurar o prejuízo. Não temos números ainda, mas já houve patrocinadores que entraram em contato pedindo suspensão do contrato. Outros vão manter", revelou Newton Filho, presidente do Ferrão.

Por: Diário do Nordeste

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