sexta-feira, 3 de outubro de 2025

POLICIAL MILITAR É PUNIDA E CUMPRIRÁ DOIS DIAS DE PRISÃO POR PUBLICAR VÍDEOS NAS REDES SOCIAIS NO CEARÁ

 


A soldada Mayara Kelly Melo Mota, da Polícia Militar do Ceará, terá que cumprir dois dias de prisão administrativa em um quartel após ter seu recurso negado pela corporação. A punição foi aplicada por ela ter publicado vídeos em suas redes sociais, onde aparece fardada lavando uma viatura e também ensinando a fazer um torniquete.

No Instagram, onde reúne 47,1 mil seguidores, Mayara desabafou sobre a decisão e agradeceu o apoio que vem recebendo. “Fui punida com dois dias de permanência disciplinar. Para quem não entende, é uma prisão administrativa, fico aquartelada, sem poder ir para casa. É uma sanção grave, nunca pensei em ter na minha ficha”, afirmou.

Segundo a policial, os vídeos foram feitos apenas por orgulho da profissão e do aprendizado adquirido na corporação. “Nunca passou pela minha cabeça que eu estava praticando algo que iria me prejudicar mais na frente”, disse.

A militar adiantou ainda que não publicará mais conteúdos relacionados à carreira. “Não haverá mais foto alguma no meu perfil, vou deixar para quem pode e para quem ainda se orgulha da farda que usa. Diferentemente do que alguns acham, nunca quis milhões de seguidores, pois não ganho dinheiro com isso.”

Mayara também destacou que pretende mudar de profissão: “Eu tinha orgulho de onde eu estava e repassava isso para quem gostava e queria, um dia, chegar lá. A partir de hoje, me dedicarei a estudar para conseguir outro trabalho em que eu me sinta valorizada e onde eu possa compartilhar com orgulho aonde eu consegui chegar com esforço e dedicação.”

A decisão de punição foi publicada no Boletim do Comando Geral em abril e, apesar do recurso apresentado pela defesa da policial, o processo não foi revertido.

📌 Com informações de G1 CE


CRÍTICA CONSTRUTIVA À POLÍCIA MILITAR

Diante do cenário de insegurança que a população cearense enfrenta diariamente, com índices preocupantes de violência, assaltos, homicídios e a sensação constante de vulnerabilidade, é no mínimo questionável que a Polícia Militar dedique tanta energia para punir uma policial por publicar vídeos sem qualquer gravidade para a sociedade.

O caso da soldada Mayara expõe um problema de prioridades. A corporação deveria concentrar sua força e disciplina para combater a criminalidade e punir a verdadeira bandidagem que aterroriza as ruas do Ceará. Não se trata de defender a quebra de regras internas, mas sim de ponderar se uma punição tão severa para uma atitude que não trouxe prejuízo real não é um excesso disciplinar.

Enquanto o povo clama por mais segurança, policiamento efetivo e resultados no combate ao crime organizado, perde-se tempo e esforço em processos que, para a população, soam como injustos e desnecessários. A energia usada para punir um ato sem gravidade deveria estar sendo canalizada para enfrentar os desafios de um verdadeiro Ceará em guerra, onde a sociedade espera proteção e não burocracia punitiva.

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