sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Aliados sem informação das divergências no PSB

Cid Gomes voltou a afirmar que não cogita deixar o PSB. Ele reúne o diretório estadual na próxima segunda-feira.


Como o governador Cid Gomes só estará de volta ao Ceará, amanhã (ontem ele esteve em São Paulo e hoje vai estar no Rio de Janeiro, para encontro na Fiocruz), nenhum dos seus correligionários se dizia habilitado a falar sobre os últimos acontecimentos envolvendo o PSB e o Governo Federal, em razão da decisão dos dirigentes nacionais, tomada na última quarta-feira, de o partido não ter mais filiados seus na administração federal, obrigando a saída, dentre outros, do cearense Leônidas Cristino, da Secretaria Especial de Portos.

Cid Gomes vai ter um encontro com os demais dirigentes do PSB cearense, na próxima segunda-feira, para discutir os últimos acontecimentos FOTO: ALEX COSTA

Na próxima segunda-feira, na reunião dos dirigentes estaduais do PSB, o governador deverá fazer uma explanação minuciosa dos últimos acontecimentos e discutir a estratégia a ser adotada pelo partido no Ceará, tendo em vista que ele foi o único voto contrário, na direção nacional, de que o partido entregasse os cargos ocupados por seus filiados no Governo da presidente Dilma. Também não está no Ceará o secretário de Saúde, Ciro Gomes (viajando para o exterior até domingo), nem o presidente da Assembleia, deputado José Albuquerque, que ontem acompanhava o governador em São Paulo.

Saia justa

Cid Gomes, após participar de um evento sobre o Nordeste, promovido pelo Jornal O Estado de S. Paulo, voltou a destacar sua discordância com a posição adotada pelo partido, mas reiterou sua disposição de permanecer filiado, ao afirmar que "após o desdobramento da decisão, vamos refletir e conversar com outras pessoas, mas eu continuo não cogitando sair do PSB", registrou a matéria da Agência Estado, no início da tarde de ontem. Alguns aliados de Cid, também não alimentam a ideia de saída do partido, embora reconheçam "a saia justa" em que se meteram.

Relembrando alguns episódios envolvendo os irmãos Ciro e Cid Gomes, inclusive o da frustração de Ciro com sua candidatura presidencial negada pelo PSB, em 2010, aliados do governador defendem a necessidade de eles participarem do comando de uma sigla nacional para evitar essas situações de intranquilidade nas vésperas dos momentos decisivos sobre candidaturas, como agora. O prazo final para filiações partidárias dos candidatos em 2014 termina no próximo dia 5 de outubro.

A assessoria do governador nega qualquer outro contato político dele em São Paulo, ontem. Mas alguns correligionários confirmam que o deputado José Albuquerque, o operador político de Cid, estava com a missão, em Brasília e em São Paulo, de conversar com futuros dirigentes do PROS, além resolver o problema do PRB cearense com o Governo. Albuquerque, também, evitou conversas, ao telefone, com seus correligionários que procuraram falar com ele.

Especulações

Mesmo evitando falar sobre os últimos acontecimentos, alguns deputados do PSB e do PT, não poupavam gozação com o noticiário distribuído pela deputada Eliane Novais, dando conta de convites à ex-prefeita Luizianne Lins (PT) e ao deputado estadual Heitor Férrer (PDT), para ingressarem no PSB. O deputado Antônio Carlos (PT), um dos mais próximos de Luizianne indagava em tom de gozação: "que tal a Luizianne num palanque com o Eduardo Campos e o Cid noutro palanque com a Dilma e o Lula"?

Luizianne nem quando sofreu uma "expulsão branca" saiu do PT, quanto mais agora, dizia outro, lembrando o episódio da sua primeira candidatura à Prefeitura de Fortaleza, quando até o Zé Dirceu veio a Fortaleza para dar apoio a Inácio Arruda, o nome apoiado pela maioria do PT da Capital contra Luizianne, a vencedora do pleito, no segundo turno da disputa, aí com a maioria dos petistas do seu lado.

O deputado Heitor Férrer, sabendo da inconsistência da informação, de que seria convidado a ingressar no PSB, respondeu logo: "Fico feliz pelo convite, mas seria um estupro político eu deixar o PDT, um partido que sempre me deu o maior apoio".

Cargos


Deputados estaduais do PT ligados ao Governo do Estado não tratam sobre a entrega dos cargos que filiados do partido ocupam na administração estadual. O governador, por seu turno, segundo correligionários seus, não cuidará disso e quer manter todos os petistas nos seus respectivos lugares, tanto no primeiro escalão como nos outros postos. O deputado José Guimarães, afirmou que caberá somente ao governador decidir se o PT continua ou não com os cargos.

DIÁRIO DO NORDESTE

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