As volumosas precipitações caídas
no Estado nos primeiros meses deste ano garantiram recarga hídrica para
diversos açudes cearenses. O número de reservatórios sangrando nos primeiros 70
dias do ano é o terceiro maior deste século - em comparação a igual período de
cada ano anterior.
Até esta quarta-feira (11) eram
20 açudes sangrando. Este índice fica atrás, apenas, de 2004 (84) e 2011 (23).
Um dos reservatórios nesta situação é o Colina, localizado no município de
Quiterianópolis, que chegou a 105,99% da capacidade. A última vez que o açude
havia excedido o limite foi no dia 1º de abril de 2018.
Açude Colina
Construído em 1988, o açude
Colina, localizado no município de Quiterianópolis, passou anos com volume
morto, mas voltou a ter recarga a partir de 2016.
O local é abastecido pelo Colina
e, diante do bom volume acumulado (3,44 milhões de m³), a expectativa é que
essa água atenda a necessidade pelos próximos anos. “A barragem abastece 21 mil
pessoas. Acredito que ela aguenta pelo menos uns dois anos de secas”, projeta,
animado, o agricultor familiar e secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais
do Município, João Silva.
Recarga
O quantitativo de açudes acima
dos 90% também alcança a terceira melhor marca desde 2001. Este ano, até 11 de
março, seis reservatórios apresentavam essa capacidade.
Na mesma data de 2011, eram
apenas oito. Em igual período de 2004, eram 16 reservatórios acima dos 90%. Os
dados são da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), órgão
responsável pelo monitoramento de 155 açudes do Ceará.
Ainda segundo a Cogerh, o Ceará
acumula 17,07% da capacidade de todos os açudes das 12 bacias hídricas do
Estado. O valor representa o melhor índice observado nos últimos cinco anos.
Apenas em 2015 o Ceará superou este número, quando constava, em 11 de março
daquele ano, acumulo de 17.66%.
Água subterrânea
O presidente da Cogerh, João
Lúcio Farias, avalia a necessidade de aporte para algumas bacias. “O Sertão de
Crateús já vinha com dificuldades com as chuvas dos últimos oito anos. As cinco
sub-bacias do Jaguaribe estão com precipitações abaixo da média nos últimos
cinco”, avalia.
“Mesmo com essas dificuldades, o
Estado conseguiu abastecer os municípios por meio de um amplo programa de
perfuração e aproveitamento de água subterrânea para as regiões com maiores
dificuldades hídricas”, ressalta João Lúcio.
Por Rodrigo Rodrigues, G1CE
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