quinta-feira, 12 de março de 2020

Número de açudes sangrando no Ceará nos primeiros 70 dias do ano é o 3º maior dos últimos 20 anos


As volumosas precipitações caídas no Estado nos primeiros meses deste ano garantiram recarga hídrica para diversos açudes cearenses. O número de reservatórios sangrando nos primeiros 70 dias do ano é o terceiro maior deste século - em comparação a igual período de cada ano anterior.

Até esta quarta-feira (11) eram 20 açudes sangrando. Este índice fica atrás, apenas, de 2004 (84) e 2011 (23). Um dos reservatórios nesta situação é o Colina, localizado no município de Quiterianópolis, que chegou a 105,99% da capacidade. A última vez que o açude havia excedido o limite foi no dia 1º de abril de 2018.

Açude Colina
Construído em 1988, o açude Colina, localizado no município de Quiterianópolis, passou anos com volume morto, mas voltou a ter recarga a partir de 2016.

O local é abastecido pelo Colina e, diante do bom volume acumulado (3,44 milhões de m³), a expectativa é que essa água atenda a necessidade pelos próximos anos. “A barragem abastece 21 mil pessoas. Acredito que ela aguenta pelo menos uns dois anos de secas”, projeta, animado, o agricultor familiar e secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município, João Silva.

Recarga
O quantitativo de açudes acima dos 90% também alcança a terceira melhor marca desde 2001. Este ano, até 11 de março, seis reservatórios apresentavam essa capacidade.

Na mesma data de 2011, eram apenas oito. Em igual período de 2004, eram 16 reservatórios acima dos 90%. Os dados são da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), órgão responsável pelo monitoramento de 155 açudes do Ceará.

Ainda segundo a Cogerh, o Ceará acumula 17,07% da capacidade de todos os açudes das 12 bacias hídricas do Estado. O valor representa o melhor índice observado nos últimos cinco anos. Apenas em 2015 o Ceará superou este número, quando constava, em 11 de março daquele ano, acumulo de 17.66%.

Água subterrânea
O presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, avalia a necessidade de aporte para algumas bacias. “O Sertão de Crateús já vinha com dificuldades com as chuvas dos últimos oito anos. As cinco sub-bacias do Jaguaribe estão com precipitações abaixo da média nos últimos cinco”, avalia.

“Mesmo com essas dificuldades, o Estado conseguiu abastecer os municípios por meio de um amplo programa de perfuração e aproveitamento de água subterrânea para as regiões com maiores dificuldades hídricas”, ressalta João Lúcio.


Por Rodrigo Rodrigues, G1CE

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