sexta-feira, 17 de abril de 2020

Coronavírus: mais de 18,7 mil usuários do TeleSaúde foram aconselhados a buscar ajuda médica no Ceará



Durante a propagação do novo coronavírus, com sintomas semelhantes aos de outras infecções, foram realizados 76.504 atendimentos pelo telefone entre os dias 18 de março e 15 de abril. Dos usuários do TeleSaúde, canal para responder questões sobre a Covid-19, cerca de 18.797 usuários (24,57%) foram identificados com sintomas da doença e orientados a buscar uma unidade de saúde.

Para o funcionamento 24 horas, disponível em todos os dias da semana, são formadas equipes com 36 profissionais de atendimento para cada plantão do serviço, treinadas por médicos e psicólogos. Além das informações técnicas, o TeleSaúde informa quais unidades de saúde estão mais próximas dos usuários.

"Nós estamos passando por uma epidemia importante, com um vírus que tem uma transmissibilidade grande, e as pessoas precisam ter informação. A informação funciona como uma estratégia importante, (para as pessoas) conhecerem, saberem qual a forma de se proteger", ressalta Olívia Bessa, diretora de pós-graduação em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).

Olívia ressalta que as informações permitem aos usuários entender qual é o momento adequado para procurar uma unidade hospitalar e, assim, evitar evitar superlotações. “Essa demanda do Covid está se somando há uma demanda que já existe, principalmente nessa época do ano, no período chuvoso, que há uma demanda grande de atendimento dos quadros infecciosos agudos, respiratórios, sobretudo”, reforça.

O número de pessoas com o novo coronavírus (Sars-Cov-2) soma 2.413 no Ceará, enquanto os mortos pela Covid-19 chegam a 135. Os dados foram divulgados por meio da plataforma IntegraSUS, às 17h15.

Ajuda por telefone
Rayanne Pinheiro, de 28 anos, foi atendida pelo TeleSaúde duas vezes e comprovou a infecção pelo novo coronavírus em um hospital de Fortaleza. A atendente de telemarketing acionou o serviço ao sentir febre e outros sintomas mais leves como tosse, coriza e dores no corpo começaram a se manifestar, mas recebeu a indicação para o cuidado em casa.

Só depois de dois dias, quando o quadro despertou maior atenção, a orientação repassada foi diferente. “A segunda vez que eu entrei em contato, eu estava sentindo falta de ar, e aí me indicaram os pontos de saúde que estavam fazendo o atendimento direcionado ao coronavírus”, relata.

Rayanne foi internada por pneumonia intensa e permaneceu cinco dias no hospital onde fez o exame para a Covid-19. O resultado positivo para a doença chegou quando ela já estava em casa e em quarentena.

Usuários
As ligações são feitas, em maior parte, por mulheres (62,41%), em seguida por homens (37,59), entre 31 a 40 anos (25,47%). Os outros usuários s da faixa etária de 20 a 30 anos (19,57%), de 41 a 49 anos (18,08%), de 50 a 59 anos (17,05%) e acima dos 60 anos (16,62%). Crianças e adolescentes entre 11 e 19 anos (2,28%) e com até 10 anos (0,93%), também acionam o serviço.

A diretora Olívia Bessa explica que as pessoas não buscam apenas informações relacionadas aos sintomas da doença. “As questões que chegam no call center são voltadas a área técnica, mas (também) outras questões como qual a unidade de saúde mais próxima, questões relacionadas a campanha de vacinação, cuidados como usar máscaras e lavar as mãos de forma adequada”, exemplifica.

O serviço funciona ininterruptamente no 0800 275 1475. Também é possível consultar uma plataforma digital de atendimento para dúvidas sobre o novo coronavírus, além de uma lista com as perguntas frequentes, no site da Escola de Saúde Pública.

Telemedicina
Os médicos atuantes em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), para atendimento de pacientes com a Covid-19, têm um serviço próprio de telemedicina desde quinta-feira (16).

Infectologistas, pneumologistas e intensivistas estarão disponíveis para dar suporte aos profissionais e oferecer uma segunda opinião especialista para a discussão de casos.


Por Lucas Falconery, G1 CE

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