quarta-feira, 21 de junho de 2023

Policial desiste de curso após ser agredida com ripa de madeira por militar durante treinamento no Ceará



Pelo menos mais 21 mulheres também foram agredidas com ripa de madeira por um policial militar durante um curso tático promovido pela Secretaria da Segurança do Ceará. A informação é de uma das vítimas do agente, que denuncia a violência ocorrida no dia 8 de junho.Ela publicou as imagens das nádegas com hematomas e questionou a ação do agente.

As aulas foram ministradas por PMs do Tocantins. De acordo com a policial, que tem 53 anos e é do Maranhão, o sumiço de uma fatia de pizza teria motivado o crime.

“Estava em outra parte quando vi aquele cara louco falando: ‘Roubaram minha pizza’, ‘São loucas’. Ele colocou todo mundo em posição de flexão e desceu a paulada em todas. Tinha 22, contando comigo”, explicou a vítima ao g1 Ceará.

Conforme a policial, as outras vítimas ainda não denunciaram o caso. A agente registrou um Boletim de Ocorrência (BO), fez exame de corpo e delito e até desistiu de continuar o curso.

A Secretaria da Segurança do Ceará abriu uma investigação para apurar a agressão a policiais femininas. O governador do Ceará, Elmano de Freitas, classificou a denúncia como "inadmissível e revoltante" e ordenou a troca do diretor-geral da Academia Estadual de Segurança Pública, que promoveu o treinamento.

A Controladoria Geral de Disciplina, que investiga denúncias contra agentes de segurança no Ceará, também abriu procedimento disciplinar para investigar o caso no âmbito administrativo.

O curso de quatro semanas foi promovido pela Secretaria de Segurança do Ceará para treinamento de mulheres militares de Pernambuco, Maranhão, Paraná, Rio Grande do Norte e Piauí.

A proposta do curso era de treinamento em defesa pessoal, de técnicas operacionais policiais, de salvamento, entre outros procedimentos.


Por Gabriela Feitosa, g1 CE


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