sexta-feira, 31 de maio de 2024

Antes de ser declarado inocente, professor denunciado por abusar de aluno teve casa vandalizada e precisou se esconder

 


O professor Brunno Wesley teve a casa invadida e passou a sofrer ameaças de morte após ser denunciado por supostamente abusar de uma aluna em uma escola de Fortaleza. Após meses de investigação, a Polícia Civil informou que foi descartada a hipótese que ele tenha sido responsável pelo crime.

Em março deste ano, uma mãe denunciou que a filha de cinco anos teria sofrido abuso sexual na escola onde estuda, no bairro Bonsucesso, em Fortaleza. Brunno era professor na unidade, e foi apontado como principal suspeito. No entanto, a Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) descartou a participação dele no crime. A investigação segue em andamento, mas a Polícia não informou se há novos suspeitos.

Desde a denúncia, familiares e amigos alimentaram uma conta nas redes sociais que argumentava pela inocência dele. No perfil, foram publicados vídeos (veja no topo da reportagem) da casa onde Brunno morava, após o local ser vandalizado. Vários itens foram destruídos, mas Brunno já não morava na residência quando a invasão aconteceu.

Além do prejuízo material, ele passou a receber ameaças de morte por meio de ligações telefônicas, mensagens no Whatsapp e em outras redes sociais. A advogada Leila Barbosa, responsável pela defesa dele, disse que a invasão e as ameaças foram denunciadas à Secretaria da Segurança Pública do Ceará.

A Polícia Civil informou que investiga as circunstâncias de um crime de ameaça, noticiado por meio de Boletim de Ocorrência (BO), no dia 9 de abril deste ano. O caso está a cargo do 10° Distrito Policial (DP), que segue apurando a denúncia.

Brunno Wesley foi afastado das funções devido à investigação. A advogada dele disse que, agora, após a retirada dele do inquérito, o professor pretende voltar a dar aula. “Logo se encontrará à disposição do município para desempenhar sua atividade fim, se faz necessário a liberação dos profissionais que cuidam dele nesse momento”, explicou.

A mãe de Brunno comemorou a declaração da Polícia Civil de que ele não teve participação no crime. O professor Brunno Wesley chegou a ser afastado da unidade onde ensinava, no bairro Bonsucesso, após denúncia feita pela mãe da criança.

Segundo a Secretaria Municipal da Educação (SME), o professor está atualmente afastado por licença médica e será reinserido às atividades da escola. "Todo o suporte necessário será dado para que o profissional retome suas funções, com respeito e segurança", afirmou a pasta em nota nesta quinta-feira (30).

Maria Sheila, mãe de Brunno Wesley, comemorou a notícia em vídeo publicado em perfil criado para defender a inocência do professor.

“Escutar da boca do delegado que meu filho é inocente… Vocês não têm noção, o desespero de 63 dias. [...] 63 dias sem dormir direito, sem comer direito, vendo o meu filho querendo se matar. Alguém tem noção desse desespero que eu passei nesses dias todos?”, declarou a mãe, emocionada.

Ainda segundo Sheila, o filho precisou se esconder diante da repercussão do caso. No vídeo, ela comemora ter sido comunicada, na delegacia, que o filho não tem nada a ver com o caso e está fora do inquérito policial.

A mãe de Brunno também chegou a se pronunciar dias depois da repercussão do caso, relatando que o filho estava sendo ameaçado de morte diariamente.

No perfil, o professor também havia comunicado que as filmagens disponibilizadas pela escola evidenciavam que ele não teve contato com a criança que foi violentada. "A criança precisa de justiça e que o verdadeiro culpado seja penalizado", dizia a mensagem.

Conforme a denúncia feita pela mãe da criança, à qual a TV Verdes Mares teve acesso, a menina apresentou dificuldade para urinar, com dor e sangramento. Ao verificar, a mãe percebeu que as partes íntimas da garota estavam vermelhas e irritadas.

Um exame de corpo de delito constatou que a menina sofreu violência sexual. O caso continua sendo investigado pela Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente.

"Depois que ela chegou da escola, ela estava com medo de fazer xixi. Tava com dor, não queria fazer xixi, ficou prendendo, dizendo que ia sair sangue. Eu fiquei conversando com ela, pra saber o que tinha ocorrido. O primeiro relato dela foi que um amigo dela tinha passado a mão nela, passado a mão nas partes íntimas dela", afirma.

Ao conversar com a filha, a garota relatou para a mãe, no dia 24 de março, que no momento que foi beber água na escola um "amigo grande" a chamou dizendo que uma "amiguinha" dela estava ferida e a levou a uma sala. No local, ele teria "colocado os dedos" nas partes íntimas dela.

Ao saber do ocorrido, a mãe levou a criança para atendimento no Hospital Infantil Dra. Lúcia de Fátima Ribeiro Guimarães Sá, no Bairro Parangaba, onde a menina foi examinada, e o médico falou sobre o indício de violência sexual.

A mulher também registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher, que encaminhou a criança para exame de delito na Perícia Forense.

 

Por g1 CE

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