quarta-feira, 15 de maio de 2024

Câmara de Juazeiro do Norte: sabatina com Padre Luís termina de forma precoce e sem esclarecimentos

 


A sabatina com secretário municipal de Cultura, Padre Luís Barbosa, na Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, nessa terça-feira (14), terminou de forma precoce após um novo enfrentamento entre oposição e base governista. Ele havia sido convocado para prestar esclarecimentos sobre queixas do setor cultural no tocante à Lei Paulo Gustavo (LPG).

Padre Luís chegou a subir à tribuna, mas a sabatina foi suspensa após a oposição alegar fuga ao tema e a ausência de técnicos da pasta. Conforme o requerimento de convocação, o secretário deveria esclarecer sobre a exigência de emissão de notas fiscais pelos proponentes de projetos aprovados pela LPG. Artistas alegam enfrentar dificuldades para ter acesso aos recursos.

Fora do plenário, Padre Luís disse que a emissão de nota fiscal é uma exigência do Ministério da Cultura (MinC). Porém, ele garantiu que não há incidência de imposto de renda sobre esses recursos - uma das preocupações dos agentes culturais. Segundo ele, 169 proponentes foram beneficiados em Juazeiro do Norte. Desse número, apenas quatro permanecem sem emitir nota fiscal.

Não tem imposto nenhum. O próprio Governo Federal disse que eles não vão se prejudicar em relação a imposto de renda. O município também está declarando oficialmente que eles não vão ter prejuízo nenhum. Até nós ficamos na dúvida sobre o que esses quatro proponentes estão querendo, disse o secretário.

A vereadora Jacqueline Gouveia (PT), autora do requerimento de convocação, mostrou insatisfação com o desfecho da sabatina. Ela ainda lamentou o não comparecimento do secretário municipal de Finanças, Leandro Saraiva, que também havia sido convocado, mas justificou ausência "por motivo de tratamento médico agendado anteriormente para mesma data e horário".

O que realmente importava hoje na sessão era o secretário, o contador e os técnicos responderem aos artistas os questionamentos, principalmente da questão dessa exigência de nota fiscal, dessa nota cheia, coisa que ficou no ar, ficou no vácuo, lamentou.

Parecer do MinC

Em outubro do ano passado, um parecer da consultoria jurídica do Ministério da Cultura (MinC) indica que não há incidência de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e imposto de renda sobre recursos da LPG nos editais de fomento à execução de ações culturais e de apoio a espaços culturais.

O parecer, contudo, não afasta a incidência dos referidos impostos quando da utilização de tais recursos na contratação de fornecedores, por parte dos agentes culturais fomentados, pois, aí, sim, poderá caracterizar-se a hipótese de incidência do tributo, diz o documento.

Nos casos de premiações culturais, pessoas físicas e pessoas jurídicas sem finalidades lucrativas são isentas de imposto de renda. Já para pessoas jurídicas com finalidade lucrativa não há isenção de pagamento de imposto de renda, mas o pagamento compete à pessoa jurídica contemplada em edital.

 

Por Rogério Brito

Miséria.com.br

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