segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Artefatos saqueados: Brasil não sabe quantos patrimônios estão espalhados em acervos pelo mundo



O movimento de cientistas brasileiros pela repatriação do fóssil Ubirajara jubatus, de pelo menos 110 milhões de anos, se tornou uma bandeira na luta pela devolução de artefatos saqueados do Brasil.

Entre os artefatos de importância histórica, a Europa também deve devolver ao Brasil:

um raríssimo manto Tupinambá de penas vermelhas com mais de 300 anos de idade; centenas de artefatos indígenas.

Além disso, o Brasil conquistou um assento em um dos principais comitês internacionais da ONU, que garante o cumprimento da convenção de 1970 da Unesco.

"Uma das intenções do Brasil é ampliar a lista de itens protegidos para incluir os fósseis que não são inventariados", explica a repórter do g1 Isabel Seta em entrevista a Natuza Nery.

As conquistas mostram avanço na discussão sobre o patrimônio histórico, mas ainda falta ao Brasil o conhecimento sobre a quantidade exata de artefatos saqueados.

"Não existe um levantamento nacional do que foi originalmente encontrado aqui e está lá fora", alerta a jornalista.

Isabel cita como exemplo um estudo francês que identificou quase 3 mil peças de origem amazônica espalhadas por dezenas de museus na França. Ela explica que não há um consenso entre pesquisadores da área sobre o retorno das peças, mas exemplifica os benefícios da devolução do Ubirajara à comunidade local.

"Isso atrai turismo científico: os pesquisadores brasileiros não vão precisar ir até a Alemanha. Podem ir até o Ceará para ver o fóssil de perto, até porque todo fóssil é um objeto de consulta na paleontologia. Atrai turismo de forma geral, gente que vai visitar o museu, se hospedar na cidade, comer no restaurante. Isso ajuda a gerar renda para as comunidade locais."


Por g1


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