sexta-feira, 26 de junho de 2015

Alerta: Dez casos de zika vírus são confirmados no CE

Está confirmada a presença do zika vírus no Ceará. Conforme nota técnica divulgada, ontem, pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), já são dez casos da doença. O órgão esclarece que, após constatação, na segunda quinzena de maio, do aumento de atendimentos por patologia exantemática indeterminada, iniciou-se a coleta de amostras dos casos suspeitos da febre pela doença de pacientes atendidos no Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ).

Ao todo, 55 amostras foram coletadas e encaminhadas para o Instituto Evandro Chagas, em Belém, no Pará. Das 14 analisadas até o momento, dez foram confirmadas para a doença. As demais permanecem em análise. A nota técnica não especifica, entretanto, quais municípios estão com a circulação do vírus.

Márcio Garcia, coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, afirma que 50 amostras eram de Fortaleza e cinco de outros municípios. Contudo, a Sesa ainda aguarda a identificação de cada caso. "Pela avaliação clínica, a gente sabe que há casos suspeitos em várias partes do Estado. No momento, trabalhamos com a estratégia de vigilância sentinela, com o objetivo de saber se o vírus estava instalado no Ceará. Até porque não temos condições de fazer diagnósticos em grande escala, pois eles são feitos por poucos laboratórios. Tem que ser por amostragem".

A nota técnica destaca também que o Ceará, assim como outros estados, aguarda orientações oficiais por parte do Ministério da Saúde para implantação da vigilância da febre por zika vírus. O documento enfatiza que a doença não é de notificação compulsória. Portanto, não há obrigatoriedade de notificação e investigação laboratorial.

Gravidade

O Ministério da Saúde informa que a doença não tem gravidade e é caracterizada por febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem coceira, artralgia (dores em articulação) e exantema maculo-papular (erupção cutânea com pontos brancos ou vermelhos), dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.

Por ter um quadro clínico muito semelhante ao da dengue, o coordenador da Sesa explica que as diferenças são basicamente que a febre pelo zika é mais baixa, às vezes até inexistente, e causa coceira intensa. Outra diferença que cita é a gravidade. "Os casos de zika não têm a mesma gravidade dos da dengue. Ele tem uma evolução benigna".

Em função da similaridade do zika vírus com a dengue, o gestor alerta que devem ser mantidas as mesmas rotinas que garantem o adequado seguimento do protocolo de manejo clínico, visando reduzir a ocorrência de casos graves ou óbitos. "Se tem um quadro parecido com o do sarampo, que seja feito o mesmo protocolo, como o manejo clínico para os casos de dengue, assim a gente garante que o paciente tenha atendimento compatível com a doença".

O Ministério da Saúde informa que, em conjunto com as secretarias de Saúde dos estados e municípios, confirmou laboratorialmente, até 3 de junho, casos de zika vírus nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Alagoas, Pará, Roraima e Rio de Janeiro. "O Ministério está monitorando a circulação do vírus e prepara documento técnico com proposta de vigilância sentinela para todos os estados e municípios", assegura, em nota.

A doença tem um período de incubação de aproximadamente quatro dias e os sinais e sintomas podem durar até sete dias. No entanto, acrescenta o Ministério, a maior parte dos casos não apresenta sinais e sintomas e não há registro de morte associada. O vírus é transmitido por meio da picada de mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue. Por esse motivo, as medidas de prevenção e controle são as mesmas já adotadas para a dengue e chikungunya.

O tratamento é baseado no uso de paracetamol para febre e dor, conforme orientação médica. Não está indicado o uso de ácido acetilsalicílico e drogas anti-inflamatórias devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas, como ocorre com a dengue. Orienta-se procurar o serviço de saúde.


Fonte: Diário do Nordeste

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