sábado, 18 de fevereiro de 2017

GRANDES AÇUDES DO CEARÁ PRECISAM DE CHUVAS INTENSAS

Com a quadra chuvosa iniciada e precipitações bem distribuídas pelo Estado no último sábado, 11, a expectativa do cearense se volta para os próximos três meses. Até maio, a recuperação dos maiores açudes depende de como, quando e onde as chuvas caem. Enquanto as chuvas isoladas pontuais ajudam os pequenos açudes, uma recuperação dos grandes reservatórios precisa de bons volumes fluindo pelo Cariri, Centro-Sul, Sertão Central e Sertão de Inhamuns.
  
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 Se houver chuvas intensas e distribuídas nesses espaços, as águas que escoam pelos rios e riachos chegam até Castanhão, Orós e Banabuiú. Por outro lado, as bacias hidrográficas de volumes mais críticos também precisam de boas precipitações. Como as do Curu e dos Sertões de Crateús, enfatiza João Lúcio Farias, presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).

 Conforme David Ferran, meteorologista da Funceme, a ação da Zona de Convergência Intertropical não é contínua, podendo ter alterações nos próximos meses.


O momento ainda é de alerta, considera o presidente da Cogerh. Até aqui, os pequenos aportes foram concentrados no noroeste do Estado. Dentre os reservatórios, a maior recarga foi no Castanhão, chegando perto de 8 milhões de m³ — 0,1% do total. Conforme Farias, um cenário ideal é de chuvas intensas e bem distribuídas.

 Nos pequenos açudes do Interior, as chuvas isoladas são de boa ajuda. Ainda segundo o presidente da Cogerh, levantamento da Funceme aponta que o Ceará possui entre 5 mil e 6 mil reservatórios com cerca de 50 hectares, pequenos açudes que dão alívio às localidades. Mas na equação das águas que alcançam os grandes açudes e garantem segurança hídrica, entram ainda os médios reservatórios da mesma região. Principalmente nos casos do Banabuiú e do Orós.
  
Ainda que a previsão da Funceme se confirme e tenhamos um inverno dentro da média histórica, o volume do Castanhão não se recupera de uma vez. Em anos de chuvas dentro da média, o aporte é entre 1 bilhão e 1,2 bilhão de m³, aponta João Lúcio Farias. O que representa cerca de 18% do que ele consegue acumular. O reservatório chegou a 70% com as chuvas do primeiro trimestre de 2004. Naquele ano, somente janeiro teve chuvas 311% acima da média. A outra cheia veio em 2009, com a sequência de dois anos de precipitações acima da média.


O POVO - THAÍS BRITO

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