quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

CEARÁ CHEGA À MARCA DE 5 MIL ASSASSINATOS EM 2017



Ceará registrou mais de 5 mil assassinatos neste ano. É um recorde desde que a secretaria da Segurança passou a divulgar o número de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs), em 2013. Conforme estatísticas parciais divulgadas no site da secretaria, o estado contabilizou, até 25 de dezembro, um total de 5.023 mortes. O número inclui ocorrências de homicídios dolosos (quando há intenção de matar), latrocínios e lesão corporal seguida de morte.

Até novembro, a Secretaria da Segurança anunciou 4.681 mortes, no antanto, com as mais recentes atualizações das estatísticas no site da pasta, o número chegou a 4.997 no dia 23 de dezembro; houve registro de outras nove mortes no dia 24 de dezembro e de mais 17 assassinatos no dia 25 de dezembro, totalizando 5.023.

A secretaria afirmou que não vai se pronunciar de forma oficial sobre os números, que ainda não estão consolidados. Os números oficiais serão apresentados em coletiva de imprensa no mês de janeiro, segundo a pasta.

O índice de assassinatos registrado neste ano é 47,4% maior que em 2016, quando o estado teve 3.407. Se comparado com 2015, quando ocorreram 4.019 mortes, o aumento em 2017 foi de 24,9%. Em 2014, foram 4.439 mortes 11,6% menor que neste ano. A taxa recorde de assassinatos deste de 2017 é 14,2% maior que a registrada no ano de 2013, quando o Governo do Ceará passou a divulgar periodicamente os números de CVLIs.

Mês mais violento

Outubro deste ano foi o mês mais violento do Ceará, com um total de 516 assassinatos registrados. Fortaleza foi a região com o maior número de homicídios em outubro, com 185 homicídios. Em seguida apareceram a Região Metropolitana (118), Interior Norte (106) e Interior Sul (107). Comparado com outubro de 2016, houve um aumento de 85% no número de mortes violentas.

Após a divulgação do número recorde, no dia 14 de novembro, o governador Camilo Santana afirmou 82% dos homicídios ocorrem entre facções criminosas que disputam território de tráfico de droga.

Chacinas

O Ceará registrou pelo menos seis chacinas em 2017. A primeira ocorrência com mais de três assassinatos foi no dia 21 de fevereiro, quando cinco pessoas foram mortas no Bairro Bom Jardim, em Fortaleza. A chacina ocorrência com mais mortes ocorreu no dia 3 de junho, em uma casa de veraneio no Porto das Dunas, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. Criminosos invadiram a residência durante uma festa e excutaram seis pessoas.

Já em junho, um tiroteio em um bar deixou cinco pessoas mortas no município de Horizonte, Região Metropolitana de Fortaleza. Dentre as vítimas, estão uma criança de três anos e a sua mãe. No dia 20 de julho, quatro homens foram assassinados a tiros no município de Paraipaba, litoral oste do Ceará. Segundo a polícia, dois homens em um carro deitaram as vítimas no chão e atiraram.

Um dos casos de maior repercussão foi a chacina ocorrida no dia 13 de novembro, no Centro de Semiliberdade Mártir Francisca, no Bairro Sapiranga. Criminosos armados invadiram o local e assassinaram quatro adolescentes em conflito com a lei. Outro caso grave registrado foi no dia 4 de dezembro, no município de Ipueiras. Um homem incendiou a casa e matou mulher e três crianças. O suspeito do crime foi preso. Segundo a polícia, a chacina foi motivada por motivos de ciúmes.

Monitor da violência

Um levantamento realizado pelo G1 mostrou que em uma semana – de 21 a 27 de agosto – o Ceará registrou mais de 100 assassinatos, quase uma morte violenta por hora. A estatística colocou o estado como o recordista - em números absolutos - entre todos os 27 estados da federação que figuram no "Monitor da Violência". Dois meses e meio depois, apenas 11 casos haviam sido solucionados, com a indicação da autoria.

Como o Ceará, mais de 45 cidades registraram índice superior a 10 mortes a cada 100 mil habitantes – índice considerado extremamente alto se for levado em conta o período de apenas sete dias analisados (já que a taxa é usada como parâmetro anual). Para fazer o levantamento, o G1 CE acessou as estatísticas da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).


Por G1 CE

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