quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Nova decisão da Justiça prevê que inquérito sobre morte de empresária cearense seja concluído em 10 dias



A Polícia Civil do Ceará terá menos tempo para remeter ao Judiciário o inquérito sobre a morte da empresária Jamile de Oliveira Correia. Em decisão proferida nesta terça-feira (22), a juíza Valencia Maria Alves de Sousa Aquino determinou prazo de 10 dias para ser expedido o relatório final dos investigadores. Na semana passada, outro magistrado havia concedido 60 dias para a conclusão do inquérito, mas no dia seguinte tornou a decisão sem efeito e pediu suspeição do caso, sendo assim o processo redistribuído.

Em documento obtido pelo G1, com a data de 15 de outubro, o juiz Antônio Carlos Pinheiro Klein Filho definia dois meses para a conclusão dos trabalhos policiais. "Encaminhe-se à autoridade policial, servindo o presente despacho como ofício, para cumprimento das diligências requeridas pelo Ministério Público no prazo de sessenta dias".

Na decisão mais recente, de terça-feira, foi dito pela magistrada que o prazo de 60 dias, sugerido pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), era "demasiadamente longo". Ela também destacou que não havia fundamento para o prazo maior, porque o MPCE não sugeriu realização de outras diligências. Questionado a respeito da alteração do prazo, o Ministério Público informou que só irá se manifestar nos autos.

Jamile foi baleada no fim do dia 29 de agosto de 2019 e socorrida na madrugada do dia 30. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 31 de agosto. O caso era tratado como um suicídio até se tornar de conhecimento da Polícia Civil.

Aldemir Pessoa Júnior, advogado e namorado da empresária, passou a ser considerado como suspeito pelo feminicídio. Aldemir e o filho adolescente de Jamile estavam no apartamento no momento em que aconteceu o disparo. O suspeito alega que Jamile cometeu suicídio.

Para o advogado de defesa da família da empresária, não há necessidade dos 60 dias. Flávio Jacinto afirmou que "a defesa assiste razão à atual decisão da Justiça, porque é preciso dar resposta rápida à sociedade sobre um caso que tanto inquieta a população, por se tratar de violência à mulher e feminicídio. A sociedade exige uma resposta rápida".

O G1 também entrou em contato com a Polícia Civil e o advogado de defesa de Aldemir para discorrer sobre a alteração do prazo para conclusão do inquérito. Até a última atualização desta reportagem, ambos não haviam respondido.

Reconstituição
Também nessa terça-feira (22), a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) agendou a reconstituição das cenas do suposto crime. A Pasta informou que a reprodução simulada tem "o objetivo de esclarecer alguns pontos do fato". A reconstituição a acontecer na noite do próximo dia 31 de outubro terá presença de autoridades vinculadas à Polícia Civil, Polícia Militar, Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC).

A família de Jamile aguarda ansiosamente a reconstituição. De acordo com o irmão da empresária, Aurimar Chaves de Oliveira "a família espera que seja revelado o que aconteceu e que seja mostrada toda a verdade". Aldemir e o adolescente devem se reencontrar durante a reprodução simulada.


Por Emanoela Campelo de Melo, G1

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