quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Chacina do Curió: dois policiais condenados pelas mortes de 11 pessoas são expulsos da PM

 


Dois dos quatro policiais militares condenados pela Chacina do Curió, que resultou na morte de 11 pessoas, em Fortaleza, foram expulsos da corporação. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), desta terça-feira (1º).

Os agentes punidos são os soldados: Marcus Vinícius Sousa da Costa e Antônio José de Abreu Vidal Filho, ambos condenados a 275 anos e 11 meses de prisão cada. Ao todo, as penas somadas dos agentes julgados pela chacina chegam a 1.103 anos e oito meses.

Conforme a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), a sanção da expulsão de Marcus Vinícius e Antônio José ocorre "em face da prática de atos desonrosos ou ofensivos ao decoro profissional e atentatórios aos direitos humanos fundamentais, comprovado mediante Processo Regular, haja vista a violação aos valores militares". A decisão cabe recurso.

"A instrução está carreada em provas robustas que confirmam a íntegra da acusação, não havendo nenhuma justificante da ilicitude ou dirimente da culpa, bem como não se conseguiu impor nenhuma dúvida razoável benéfica ao acusado, firmando-se, desde logo, que a sanção cabível ao caso, ante o acentuado grau de reprovabilidade das transgressões, é a expulsão. Haja vista a clara prática de atos desonrosos e ofensivos ao decoro profissional", diz um trecho da decisão da CGD.

Consta nos autos que na madrugada do dia 12 de novembro de 2015, quando ocorreu a chacina, Marcus Vinícius estava em seu veículo na mesma região que os crimes aconteceram. Além disso, o carro dele foi fotografado por uma câmera do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) trafegando na rodovia CE-040 com a "placa traseira visivelmente alterada".

De acordo com a CGD, em juízo, Marcus "mudou completamente a versão apresentada durante a seara policial". Perante os magistrados o soldado informou que na madrugada da chacina foi a base do programa do Governo "Crack, é possível vencer", que fica na região. Sobre a adulteração da placa, ele negou o ato e alegou que ela pode ter sido adulterada no local.

Assim como o carro de Marcus, o veículo de Antônio José também foi visto na região da chacina. O carro do agente estava trafegando em ruas onde aconteceram duas das onze mortes.

Em depoimento, Antônio José confirmou que enquanto transitava pela região observou a existência de dois corpos no chão com uma viatura parada ao lado e a presença de homens encapuzados transitando no local, mas não tomou nenhuma providência.

Ainda segundo a Controladoria, as provas produzidas durante a instrução processual concluíram que o carro de Antônio José integrou o comboio de veículos que passou pela Rua Lucimar de Oliveira, compostos por homens encapuzados, logo após a prática dos homicídios.


Por g1 CE


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