terça-feira, 23 de maio de 2023

Escola é considerada um dos locais mais violentos em área da periferia de Fortaleza, diz pesquisa

 


A escola foi considerada um dos locais mais violentos por estudantes que participaram de uma pesquisa feita em uma área da periferia de Fortaleza. O estudo analisou a percepção de adolescentes e jovens de 14 a 24 anos sobre a segurança nos bairros onde moram, na região do Grande Bom Jardim, e como a violência no local repercute na vida educacional nas escolas públicas de ensino médio.

A escola é percebida como o terceiro lugar em que mais foram reportadas a ocorrência de violências, ficando atrás das opções “bairro” e muito próximo à frequência registrada para "outros locais"; logo após vem a opção “rua”. Os dados foram apresentados no primeiro relatório da pesquisa intitulada "Violência no Grande Bom Jardim sob a perspectiva de estudantes de escolas públicas de ensino médio: vitimização, percepções sobre segurança e repercussões educacionais".

O Grande Bom Jardim é um território da periferia sudoeste de Fortaleza, formado por cinco bairros oficiais (Bom Jardim, Canindezinho, Granja Lisboa, Granja Portugal e Siqueira) e uma população estimada de 220 mil habitantes. Em termos populacionais, esse território representa 8,33% da população da capital.

O estudo foi realizado com 497 alunos de 12 escolas públicas de ensino médio do Grande Bom Jardim, que por meio de questionários aplicados em setembro de 2022 forneceram dados acerca da percepção da violência sobre discentes considerando a variedade de marcadores sociais, como idade, raça, gênero e orientação sexual.

Para metade dos estudantes que participaram da pesquisa, a violência atrapalha o ambiente escolar. As respostas analisadas revelam o comprometimento de um ambiente de paz e o medo é indicado por 65,5% como impeditivo para as condições emocionais adequadas para aprendizagem.

Além disso, cerca de oito de cada dez participantes consideram o bairro como inseguro ou totalmente inseguro, sendo que 62,2% afirmam já ter visto pessoas armadas, e quase 46% aponta que a própria circulação pelo bairro já foi afetada pela ação de grupos armados.

A investigação buscou entender a vitimização dos estudantes, a forma como eles percebem a segurança na região, bem como as repercussões da violência em suas vidas educacionais.


Por g1 CE


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