segunda-feira, 25 de abril de 2016

RISCO POR CRIAR SAGUIS AUMENTA DEVIDO AO ZIKA

Com a descoberta de pesquisadores cearenses e paulistas sobre a transmissão do vírus da zika por saguis, o gerente da Vigilância Ambiental e Riscos Ambientais da Secretaria da Saúde de Fortaleza (SMS), Nélio Moraes, afirma que "se já era um risco, uma temeridade e ilegalidade possuir um sagui em casa, agora se torna um perigo ainda maior". Segundo o profissional, o soim já era uma preocupação antiga devido à transmissão de raiva.

O Ceará teve o primeiro caso de transmissão de raiva por primata em humanos do País. A pesquisadora Silvana Favoretto foi a profissional que detectou há 20 anos o vírus da raiva e, recentemente, descobriu o vírus zika nos animais.

Para se ter dimensão do perigo, o Ceará foi o único Estado do Brasil que apresentou casos de raiva em primatas não humanos em 2015, três, ao todo, segundo o Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (DEVIT) do Ministério da Saúde. Conforme a Célula de Vigilância de Fortaleza, nos últimos anos no Estado, foram registrados casos de raivas em saguis. Não em Fortaleza, mas na Região Metropolitana e na Serra de Ibiapaba, Maciço de Baturité e Cariri.

Áreas verdes

Na Capital, segundo Nélio, muitas famílias que moram próximo a áreas verdes têm o hábito de alimentar animais da redondeza. Fortaleza conseguiu uma grande conquista sanitária em 2013 de eliminar a raiva urbana transmitida por cães e gatos.

O gerente da Célula, ressalta que agora existe mais um fator de segurança para os agentes de endemias se atentarem durante as visitas. "Os agentes agora devem informar à Célula de Vigilância Sanitária que, em seguida, comunicam ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e secretarias do Meio Ambiente. Eles têm responsabilidade direta sobre esse processo de adoção e captura de animais silvestres em espaços urbanos", conclui.

De acordo com o Batalhão de Polícia Ambiental, a maioria de apreensões no Ceará são de pássaros e répteis. Cerca de 1.015 animais silvestres foram apreendidos de janeiro a 17 de abril de 2016, só em Fortaleza. A cidade de Sobral, com 1.991, e Juazeiro do Norte, com 475, são outros polos de captura de animais.

De acordo com o Batalhão, o número de macacos apreendidos são pequenos. Conforme o tenente-coronel Fernando, responsável pelo Batalhão, geralmente a prisão ocorro devido ao transporte e tráfico de animais silvestres. "Na grande maioria dos casos é feito Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). O flagrante é realizado se houve indícios de maus tratos. A partir do flagrante é expedida a ida do animal ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Ceta).

FIQUE POR DENTRO

7 macacos continham o vírus

Durante um estudo realizado no Estado, pesquisadores paulistas e cearenses detectaram o vírus zika em sete macacos de diferentes espécies no Ceará, conforme divulgou o Diário do Nordeste na edição do dia 23 de abril.

Conforme a pesquisa, o material coletado, após ter sido armazenado por profissionais do Núcleo de Controle de Vetores do Ceará (Nuvet), em Fortaleza, seguiu para análise de especialistas do Instituto Pasteur de São Paulo e da Universidade de São Paulo (USP). Os animais foram capturados em Tabuleiro do Norte e Quixeré, na região de Saúde de Limoeiro do Norte, São Benedito e Guaraciaba do Norte, na região de Tianguá, de acordo com informações presentes no resumo do trabalho e veiculado no portal cientí co Biorxv. Embora admitam que não há necessidade de alarde em relação à descoberta, a Secretaria da Saúde destaca preocupação com a possibilidade de transmissão para humanos, o que ainda não é comprovado.


Fonte: Diário do Nordeste

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