quarta-feira, 25 de abril de 2018

Ceará tem mais de um milhão de crianças e adolescentes em situação de pobreza




O Ceará possui 1.198.254 crianças e adolescentes vivendo em situação de pobreza, ou seja, com menos da metade de um salário mínimo. O levantamento foi divulgado nesta terça-feira (24), pela Fundação Abrinq, com indicadores sociais relacionados à infância e adolescência no Brasil.

Os índices relacionados ao Ceará mostram que 61% das pessoas com faixa etária entre 0 e 14 anos vivem em situação domiciliar de pobreza, o que significa que, de cada cinco crianças, três vivem nessas condições. Daquele total, há ainda aquelas crianças e adolescentes que se encontram na faixa da pobreza extrema. São 561.276 meninas e meninos com menos de 1/4 de um salário mínimo para sobreviver.

Os números referem-se ao ano de 2015, quando o salário mínimo federal correspondia a R$ 788,00. O Norte e o Nordeste são as regiões com piores índices, onde, 54% das crianças e 60%, respectivamente, não têm condições suficientes para se manterem de forma adequada.

Brasil
De acordo com o documento lançado pela Abrinq, a população entre 0 e 19 anos já representa 33% do total de brasileiros. Quando se fala do grupo que inclui desde os recém-nascidos aos adolescentes de 14 anos de idade, o estudo aponta que 17,3 milhões desses brasileiros vivem em situação de pobreza. Isso corresponde a 40,2% das meninas e meninos desse universo.

Ainda quanto a esta faixa etária, as condições de extrema pobreza atingem 5,8 milhões de crianças e adolescentes, ou seja, 13,5% do total. Um olhar sobre a as condições de vida das famílias brasileiras reitera os números apresentados: 55 milhões de brasileiros, ou seja, 30% da população, vive em situação de pobreza, com quase 18 milhões deste total estando em pobreza extrema.

"As precárias condições de vida dessa parcela da população geram um círculo vicioso do qual dificilmente a criança ou o adolescente pobre conseguem escapar, vendo suas vidas condenadas ao mesmo padrão econômico do que o de seus pais", aponta a Fundação Abrinq.

Gravidez precoce
A questão da gravidez precoce é outro problema ainda presente na realidade brasileira. Do total de bebês nascidos em 2016 no Brasil, 17,5% foram de mães adolescentes. As regiões que mais registraram casos de mães antes dos 19 anos foram o Nordeste e o Sudeste, 167.573 e 161.156 partos, respectivamente.

Em continuidade às condições enfrentadas por essas gestantes, o Ministério da Saúde indica que quase um terço das mães (32,2%) não fazem o pré-natal adequado, indo menos de sete vezes ao médico durante a gravidez. No Nordeste, esse número chega a 40% de gestantes com acompanhamento inadequado.

As crianças recém-nascidas seguem com baixo acesso ao aleitamento materno e a alimentação de qualidade. Em 2017, 18% das crianças encontravam-se em situação de desnutrição, enquanto 12,5% da população de 0 a 5 anos tinha a altura baixa ou muito baixa para a sua idade.



Por Ranniery Melo, G1 CE

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