O Ceará foi um dos estados alvo da Operação Flak, deflagrada
ontem pela Polícia Federal. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido no
Estado durante as diligências feitas com objetivo de desarticular
financeiramente uma organização criminosa que realiza o transporte aéreo de
grandes quantidades de drogas para o Brasil, os Estados Unidos e países da
Europa.
Os policiais federais cumpriram 88 mandados de busca e
apreensão, sendo seis no Tocantins, 39 no Pará, quatro em Roraima, 36 em Goiás
e outros dois em São Paulo. Foram registradas prisões no Tocantins (seis), Pará
(quatro), Roraima (uma), Distrito Federal (uma), Goiás (14), Paraná (uma) e São
Paulo (uma). Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas,/TO.
Segundo a PF, cerca de 400 policiais federais atuaram na
operação, que contou com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) e do
Grupamento de Rádio Patrulha Aérea da Polícia Militar de Goiás (Graer/PMGO). A
investigação teve início há dois anos, de acordo com a PF, período em que foram
realizados, no mínimo, 23 voos que transportaram, em média, 400 quilos de
cocaína cada um.
A presença do Ceará na lista, sendo o único estado do
Nordeste abordado na 'Flak', traz indícios de que a região permanece como parte
da rota do tráfico internacional. Há quase três anos, um delegado da Polícia
Federal revelou que desde 2013 a frequência com que os aviões de pequeno porte
chegaram ao Ceará aumentaram, assim como as construções de pistas clandestinas.
No ano de 2015, em pouco mais de um mês, a Polícia Federal
apreendeu duas aeronaves que carregavam drogas, no Ceará. Em abril daquele ano
foram presas quatro pessoas que recebiam drogas de um avião entre Canindé e Boa
Viagem. Na época, além de a droga e do GPS, foram encontradas uma pistola,
celulares, um mapa de navegação da Bolívia e do Paraguai e um plano de voo. Os
entorpecentes estavam divididos em sete malas.
Um mês depois, foi apreendida uma aeronave modelo Cesna
carregada de droga em uma localidade próxima ao município de Pedra Branca, no
interior do Ceará.
O carregamento com 361 quilos de cocaína foi avaliado em R$
7,5 milhões e os tripulantes conseguiram fugir. Segundo as autoridades
policiais, a droga vinha da Região Andina, provavelmente da Bolívia, e parte dela
seria enviada para a Europa.
Reforço
Na semana passada, em entrevista ao Sistema Verdes Mares, o
delegado da Polícia Federal e chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes
da Superintendência Regional da PF no Ceará, Samuel Elânio de Oliveira Júnior,
adiantou que a fiscalização nos portos e aeroportos localizados no Estado será
intensificada.
Segundo Elânio, devido ao aumento no número dos voos e
expansão do Aeroporto Internacional de Fortaleza, o reforço no policiamento é
uma consequência. "Há equipe direcionada para o tráfico de drogas no
aeroporto. Queremos trabalhar melhor o sistema de segurança lá, sempre contando
a ajuda de raio-x e câmeras", disse.
A expectativa é que nos portos o trabalho também aconteça com
ajuda da vigilância fixa. O delegado ressaltou ainda que a Polícia Federal não
descarta haver algum tipo de facilitação por parte de funcionários, porém, até
o momento, de acordo com Oliveira, não há indícios que apontem para isso.
Fonte: Diário do Nordeste
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