O microempresário Crispim Terral, 34, foi imobilizado por
policiais militares da Bahia e retirado à força de uma agência da Caixa
Econômica, em Salvador. O caso aconteceu na última terça-feira (19), quando foi
a uma agência da Caixa no centro da capital baiana para resolver uma pendência
acompanhado de sua filha, de 15 anos.
Ele afirma ter sido tratado com indiferença pelos
funcionários do banco e que ficou por mais de quatro horas sentado na mesa do
gerente da sua conta aguardando para ser atendido.
Depois da espera, ele dirigiu-se ao gerente-geral da agência
para questionar a falta de atendimento. O gerente, contudo, acionou a polícia
para retirá-lo à força do banco.
Ele afirma que os policiais o trataram educadamente e
convidaram ele e o gerente a resolver o problema na delegacia. O gerente,
contudo, teria se recusado a acompanhar os policiais.
Em um vídeo gravado pela filha de Crispim, já na presença dos
policiais, o gerente do banco afirma que só iria à delegacia se o cliente fosse
algemado e que não negociaria "com esse tipo de gente".
Os policiais, então, imobilizaram Crispim com uma
"gravata" – golpe no qual a pessoa é imobilizada pelo pescoço– e o
levaram para fora da agência bancária.
Em uma postagem em uma rede social, Crispim criticou a
atitude do banco e dos policiais. Disse que foi tratado de forma ríspida e alvo
de preconceito racial. "Em nenhum momento eu fui mal educado, grosseiro ou
deselegante dentro daquela a agência bancária, mas fui tratado como um
bandido", disse Crispim.
Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que repudia
atitudes racistas e que "até o momento, não foi identificada, por parte de
nenhum dos seus empregados ou colaboradores, qualquer atitude de cunho
discriminatório".
A Polícia Militar da Bahia afirmou que "houve
necessidade de empregar força desproporcional" porque o empresário
recusou-se a sair do banco. "Os policiais relataram que o cidadão começou
a se exaltar e dizer que não sairia da agência sem ter a sua demanda atendida,
contrariando a recomendação das autoridades que intervieram no conflito",
informou a nota.
A PM ainda informou que será instaurada uma sindicância para
apurar as circunstâncias da intervenção policial. O empresário registrou uma
queixa na Corregedoria da Polícia Militar da Bahia.
Fonte: Diário do Nordeste
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