quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Feirantes e guardas municipais voltam a entrar em confronto com pedradas e balas de borracha no Centro de Fortaleza



Feirantes e guardas municipais voltaram a entrar confrontar com pedradas e balas de borracha nas imediações da Feira da José Avelino, no Centro de Fortaleza, na madrugada desta quarta-feira (18). É o segundo conflito registrado na região em menos de cinco dias e, assim como no anterior, a confusão se estendeu por vias próximas. Um feirante ficou ferido e foi socorrido por populares. (Veja vídeo acima)

Vídeos gravados no local mostram os feirantes com cartazes fazendo um protesto na Avenida Alberto Nepomuceno. É possível ver agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE), da Guarda, em formação com escudos, enquanto os feirantes gritam palavras de ordem. Minutos depois, começa a correria e o confronto entre os grupos. Os agentes dão tiros de borrachas, que são revidados com pedras jogadas por alguns ambulantes.

Os guardas também usam bombas de gás lacrimogêneo para tentar dispersar os feirantes. Durante o conflito, um feirante foi ferido por um tiro. O homem, que não teve a identidade revelada, foi socorrido pelos outros feirantes em meio a confusão e levado em um carro particular para um hospital da região. Na manhã desta quarta o movimento na região estava tranquilo.

A Feira da Avenida José Avelino tem permissão para ocorrer apenas dentro dos galpões da região, mas às quartas e sábados, ambulantes montam barracas de venda nas ruas, o que é proibido.


Confronto

Por volta das 2h30 houve um protesto pacífico com os feirantes pedindo para serem autorizados a trabalhar no local. Durante o ato, o grupo bloqueou parte da Avenida Alberto Nepomuceno, segurando cartazes e com gritos de "Polícia é para ladrão e não para cidadão".

Um representante dos feirantes tentou dialogar com os guardas municipais, mas não houve consenso, então os feirantes se revoltaram, os guardas tentaram dispersar os manifestantes e teve início o conflito.

"Eles não estão deixando a gente trabalhar. A gente está assim desde sábado. Eu quase levava um tiro, porque eu passei mal por conta das bombas de gás que eles estavam jogando, prejudicando a gente. A gente só quer trabalhar, a gente não quer mais nada além disso", disse uma das feirantes que estava no local.

Ainda de acordo com a mulher, os agentes pegaram os produtos que seriam vendidos. "Eles já chegam levando as coisas de quem trabalha. Eu trabalho com merenda, ele [o outro feirante] trabalha com roupa, eles chegando pegando peça que não tem nada a ver. A gente veio para trabalhar e olha o que a gente está tendo que passar", relata.

Segundo outro feirante, o grupo tentou dialogar com os guardas, mas não foi ouvido. "Chegassem e dialogassem, mas eles não dialogam, usam a força e pronto. O que a gente pode fazer é se manifestar, não é nossa intenção, mas não nos resta outra opção", afirma.

Um feirante afirma não haver definição dos horários de funcionamento do local e defende a realização da feira, por gerar empregos. "Não vem ninguém para decidir um horário para a gente trabalhar. O desemprego está grande por causa da pandemia e a feira gera emprego para a costureira, o filho da costureira, a gente paga imposto do mesmo jeito, a gente gera turismo, porque o turismo vem pra cá", disse.


Por G1 CE


Nenhum comentário:

Postar um comentário