quarta-feira, 22 de setembro de 2021

DNA confirma paternidade de homem que tenta registrar filho após morte da mulher por Covid-19 em Fortaleza



A história do cearense Mailson do Nascimento, 33 anos, e do filho Thayson, ganhou mais um capítulo na luta do pai para garantir a certidão de nascimento da criança após a morte da mulher por Covid-19. O exame de DNA solicitado pela Defensoria Pública Geral do Estado do Ceará, que acompanha o caso, comprovou que o homem é o pai biológico do menino. A informação foi anunciada pelo órgão nesta segunda-feira (20).

A mãe de Thayson, Maria Mirele Paula da Silva, ainda aproveitava os primeiros meses do filho quando foi diagnosticada com o novo coronavírus e morreu em 7 de março deste ano, em uma Unidade de Pronto Atendimento de Fortaleza, deixando o companheiro e o filho, na época com quatro meses e ainda sem registro de nascimento.

Juntos por um ano e três meses, o casal não havia formalizado o relacionamento em cartório, o que dificultou quando Mailson tentou registrar a criança. Agora, com a comprovação da paternidade, Mailson segue confiante para garantir o registro.

"Recebi o resultado há cerca de 15 dias. Fiquei muito feliz, pois sempre soube que ele era meu filho e com o resultado tenho como provar", disse Mailson.


Defensoria ingressou com ação na Justiça

Conforme a supervisora do Núcleo de Atendimento e Petição Inicial (Napi), a defensora pública Natali Massilon, com o resultado do exame de DNA, a Defensoria Pública ingressou com uma ação na Justiça, "solicitando a lavratura do registro de nascimento".

"O processo já foi recebido pelo juiz e estamos aguardando o parecer do Ministério Público. Se o parecer for favorável é expedido um mandado, que pode ser levado ao cartório para a expedição da certidão de nascimento", explica a defensora Natali Massilon.

Não ter registro civil inviabiliza a criança de ter documentos como carteira de identidade e CPF, básicos para a inscrição em programas governamentais e matrículas em escolas.

Essas são as situações que Mailson continua enfrentando com o filho enquanto aguarda o registro. "Minha mãe foi matricular ele na creche aqui perto e informaram que só poderiam inscrever com a documentação certinha", disse o homem.


Recomeço

Morador da comunidade do Lagamar, periferia da capital cearense, Mailson está refazendo a vida para cuidar do filho enquanto os prazos do processo correm.

O sustento da família, que antes vinha da ajuda da mãe dele, que trabalha como diarista e recebe o benefício do Bolsa Família. Agora, também conta com a contribuição de Mailson, que conseguiu um emprego na lanchonete de um shopping no Bairro Papicu.

"Trabalho como chapeiro e minha mãe fica com ele quando tenho que trabalhar", disse o homem.

O avô materno de Thayson também ajuda com a alimentação do menino. Além do filho com Mailson, Mirele deixou uma menina de 12 anos, criada pela família dela.


Por Lena Sena, g1 CE


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