segunda-feira, 11 de maio de 2020

Em dois meses, coronavírus matou mais pacientes do que AVC, infarto e câncer de pulmão no Ceará


Nos meses de março e abril, a Covid-19 matou sozinha mais pacientes no Ceará que as causas historicamente mais comuns de óbitos juntas no estado, como: infarto, AVC e câncer de pulmão (tipo mais recorrente de neoplasia). Juntas, as três causas mataram, em março e abril, 579 pessoas no estado. Nesse mesmo período, o Ceará teve 705 pacientes mortos por coronavírus.

As três primeiras mortes por Covid-19 no Ceará foram registradas pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) no dia 24 de março.

Até este domingo (10), às 17h15, a Sesa registrava mais de 1,1 mil pessoas mortas no estado vítimas da doença. Mais de 309 óbitos ainda estavam sob investigação.

Os dados analisados pelo G1 constam no IntegraSUS, plataforma pública da Sesa que, tem, dentre outras informações, os indicadores da mortalidade nos 184 municípios do Ceará nos últimos 10 anos.

Conforme o sistema, as mortes por Covid-19 em março e abril superam os 285 óbitos por infarto agudo do miocárdio, as 253 mortes por pneumonia por micro-organismo não especificado, as 180 mortes por AVC e as 114 mortes por câncer dos brônquios e dos pulmões no Ceará no mesmo período.

Outra informação que revela a dimensão da Covid-19 no estado é que em dois meses, o novo vírus já matou mais pessoas no Ceará que doenças como câncer de fígado (394 mortes), de pâncreas (372) e de colo do útero (301), edema pulmonar (165), cirrose hepática (366) e HIV (267) ocorridas durante o ano inteiro de 2019 no estado.
Ao analisar os dados, o G1 optou por sistematizar as informações de março e abril e não incluir os indicadores de maio - que, nos primeiros nove dias, teve, pelo menos, mais de 409 óbitos por Covid-19.

Isso por uma limitação da própria plataforma, já que o IntegraSUS não permite a consulta das causas gerais das mortes por dia, restringindo à disponibilização das informações por mês. Portanto, poderia haver uma imprecisão de períodos caso os dias de maio fossem contabilizados no comparativo entre os indicadores de mortalidade por outras causas e aquelas por Covid-19.

Por Thatiany Nascimento, G1 CE

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