quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Ex-secretário, servidores e empresários do Ceará são alvos de operação da PF contra esquema ilegal de crédito consignado



A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta quinta-feira (4), 30 mandados no Ceará, em São Paulo e na Bahia, em uma operação que investiga esquema ilícito de crédito consignado em folha de servidores estaduais. Quatro mandados são de prisão temporária e 26 são de busca e apreensão. Também houve bloqueio de valores em contas dos investigados. Um ex-secretário da Casa Civil do governo do Ceará, servidores públicos, empresários e instituições financeiras estão entre os alvos.

Segundo a PF, o esquema envolve crimes de associação criminosa, corrupção, fraude em licitação, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, os indícios apontam participação de um secretário de estado da Casa Civil do Ceará à época dos fatos investigados, entre 2008 e 2014. Há também indícios de atuação do genro desse secretário, gestor de uma das empresas que movimentou mais de R$ 600 milhões nas operações de crédito sob investigação. Ele é um dos alvos de mandado de prisão. Os nomes não foram revelados pela PF.

Os mandados foram deferidos pela Justiça Federal. Um inquérito policial revelou conluio entre agentes públicos estaduais, ex-gestores de instituições financeiras e empresários que atuaram no direcionamento ilícito de operações de crédito consignadas em folha dos servidores do governo do Ceará.

Conforme a investigação, foi identificado um fluxo de capitais obtidos de forma criminosa em prejuízo dos servidores públicos estaduais, por meio de investimentos, aquisições imobiliárias e simulação de aquisição de cotas de sociedade empresarial.

Os crimes resultaram em enriquecimento ilícito dos investigados em detrimento do sistema financeiro nacional e dos servidores públicos estaduais do Ceará obrigados a arcar com juros mais elevados em operações de crédito.

A Polícia Federal continua a investigação, com análise do material apreendido na operação, denominada Onzenário, com o fim de detalhar a atuação de cada investigado. O nome da operação remete a agiotagem ou cobrança extorsiva de juros.


Por G1 CE


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