sexta-feira, 9 de abril de 2021

85% das vítimas da violência em 2020 no Ceará foram mortas por armas de fogo

 


As armas de fogo foram utilizadas em pelo menos 85% dos assassinatos ocorridos no Ceará em 2020, conforme dados extraídos dos relatórios da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Para discutir o controle de armas de fogo e munições, o Comitê de Prevenção e Combate à Violência, da Assembleia Legislativa do Ceará, promove uma mesa redonda, nesta sexta-feira (9).

O Webinário Cada Vida Importa terá como tema o "Controle de armas de fogo e munições: desafios à prevenção de homicídios", com transmissão no YouTube e na TV Assembleia, a partir de 14h. A mesa redonda contará com a participação de representantes da sociedade civil e da SSPDS, além de estudiosos.

O Ceará teve 4.039 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) - homicídios, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte - em 2020. Destes, 85,4%, ou mais precisamente 3.450 mortes violentas, foram praticadas por meio de armas de fogo, conforme relatórios mensais desenvolvidos pela Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), vinculada à SSPDS.

Esse percentual mostra que a realidade não mudou muito de 2017 para 2020, no Estado. Naquele ano, 86,5% das vítimas de homicídios (ou seja, cerca de 4.440 de 5.133 mortes) tiveram a vida ceifadas por armas de fogo, conforme dados trazidos pelo Comitê de Prevenção e Combate à Violência.

O presidente do Comitê, deputado estadual Renato Roseno, analisa que esse número indica que "há muitas armas em circulação. No caso da morte de jovens, esse índice chega a 94%. E significa também que não está havendo combate mais efetivo do tráfico de armas".

"A maioria das armas apreendidas no Ceará são produzidas no Rio Grande do Sul. Ou seja, a melhor maneira seria reduzir esse tráfico e o mercado ilegal de armas. Além disso, temos dois portos conectados a vários países. Precisamos reforçar a fiscalização", disse Renato Roseno.


Apreensão de armas de fogo

O superintendente da Supesp, Helano Matos, que também estará presente no Webnário, destaca a importância da apreensão de armas de fogo para diminuir o número de homicídios. Em 2020, o Estado apreendeu 6.117 armas de fogo, enquanto em 2019 foram 5.479 apreensões, o que significa um aumento de 11,6% em um ano.

"Quando você tem o controle, consegue retirar as armas da criminalidade, qual a consequência disso? A redução de crimes. Principalmente os letais".

Há 6 meses na Supesp, Helano Matos acrescenta que o trabalho da Superintendência já está começando a dar resultado, com a contribuição na redução de homicídios em 2021.


Fonte: Diário do Nordeste

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