terça-feira, 20 de abril de 2021

Mortes de adultos entre 20 e 39 anos por Covid-19 em 2021 já representam 80% do total de 2020



O número de mortos por coronavírus entre jovens adultos de 20 a 39 anos, em 2021, já representa 80% do total do mesmo grupo etário entre março e dezembro de 2020. Os dados são da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), colhidos na manhã desta segunda-feira (19).

De acordo com os números, de janeiro a 17 de abril deste ano - em menos de quatro meses -, os óbitos nessa faixa etária já somaram 333 mortes, enquanto em todo o ano de 2020, foram 416 mortos.

Os dados variam de acordo com os boletins epidemiológicos semanais da Secretaria, que apontam 422 mortes no grupo até 19 de dezembro do ano passado, contra 339 de janeiro a 10 de abril deste ano.

Contudo, nos dois levantamentos, a proporção de 80% permanece a mesma. Ou seja, é como se de cada 10 óbitos de jovens ocorridos no ano passado, oito já tenham ocorrido neste. Os dados podem ser atualizados com a liberação de novos exames diagnósticos.

De acordo com os registros, março de 2021 foi o pior mês de mortes entre a população de 30 a 39 anos no Estado, desde o início da pandemia. Foram 160 mortes. Em maio de 2020, pico da primeira onda, foram 113.

Já para a faixa de 20 a 29 anos, foi o segundo mês com mais registros. Em maio do ano passado, foram 40 óbitos. Já em março de 2021, foram 40. Até o momento, em abril, foram 65 mortes.


Condições combinadas

Na avaliação do biomédico e microbiologista Samuel Arruda, há dois fatores que podem contribuir para o aumento das mortes neste ano: o surgimento de variantes do coronavírus e a resistência de parte desse grupo em aderir às medidas de isolamento social.

"Dentro da avaliação de faixa de idade, em outros vírus respiratórios a gente não via essa associação. Ocorria mais em idosos e crianças. Nunca tivemos essa associação para adultos com infecção respiratória'' , disse Samuel Arruda.

O especialista explica que, pelos afetados estarem na população economicamente ativa, a infecção traz impactos além do sistema de saúde, já que podem haver sequelas permanentes nos recuperados que exigem assistência social remunerada.

''A gente tinha a mentalidade, até ano passado, de que os mais jovens no máximo desenvolveriam infecção mais leve e voltariam para suas atividades e seu papel de cuidar dos mais idosos. Hoje, vemos que eles também podem desenvolver casos graves'', observa.


Fonte: Diário do Nordeste


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