terça-feira, 10 de agosto de 2021

Invasão no celular de Camilo Santana tinha objetivo de desviar verba pública


No último domingo, 8, o invasor foi preso suspeito de clonar o aparelho celular do governador do Ceará, Camilo Santana (PT). Ele foi capturado pela Polícia Civil do Ceará no estado do Maranhão. O suspeito tentou, utilizando os dados do governador, a liberação de chaves de segurança bancária para realizar uma transferência de valores da conta de uma prefeitura do interior do Pará. A Polícia afirma que o suspeito não obteve êxito. As informações foram repassadas pela Secretaria de Segurança Pública Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).

Usando uma tática para resgatar informações pessoais e acesso a aplicativos - técnica conhecida como SIM Swap - do governador, o homem de 33 anos fez contato com uma instituição financeira e tentou a liberação de uma chave de segurança de um valor do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Esse valor está provisionado em uma conta de uma cidade no interior do Pará.

Segundo o diretor do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (DIP), Edvando França, trata-se de um criminoso de alto conhecimento. ''Ele não visava retirar dinheiro da conta do governador, mas buscava furtar dinheiro de contas públicas. Ele usava imagens de autoridades de todas os estados da federação para aplicar golpes em instituições financeiras visando a retirada de dinheiro público'', afirma.

O diretor do DIP conta que qualquer gerente de Banco pode fazer autorizações em relação às chaves que liberam os valores guardados. "Ele (Leonel), passando-se pelo governador do
estado do Ceará, entrou em contato com um banco pedindo a liberação de uma conta pública, em outro estado", relata.

"A gerente percebeu que se tratava de um golpe e não cedeu a chave ao suspeito. O homem só queria usar a imagem do governador. O gerente não sabia que era uma verba do Fundeb, porque se tratam de códigos'', conclui.


Suspeito já havia clonado telefones de outras autoridades

O secretário da segurança pública, Sandro Caron, explicou que o homem costumava clonar o telefone das autoridades e usava os dispositivos de trocas de mensagens dessas autoridades. "O suspeito contatava os gerentes dessas agências bancárias que cuidavam de contas públicas e tentava enganá-los, de modo que fosse liberada uma chave de segurança bancária. Caso houvesse esse descuido e fosse liberada a chave, ele faria transferência dos recursos daquela conta para outras contas utilizadas por ele", detalhou.

O suspeito possui diversos antecedentes criminais e é considerado especialista em furtar dinheiro público por meio de tecnologia cibernética. Leonel já foi preso em 2018 durante uma operação da Policia Federal em São Luís. O suspeito deve responder por crimes de invasão de dispositivo telefônico e estelionato consumado e tentado.

A SSPDS divulgou que mais outras autoridades foram vítimas do grupo: entre 5 a 10 prefeitos, 2 outros governadores e 1 ministro de Estado. A SSPDS também mencionou que prefere manter mais aspectos do crime em sigilo para evitar popularização da prática.

O homem é de São Luís e estava em São Paulo realizando lavagem de dinheiro. Foi preso quando voltava para o seu estado natal. O homem também ''ostentava'' um vasto material eletrônico - aparelhos celulares, notebooks, drone, maquinetas de cartões magnéticos - e mais três veículos, um Land Rover Discovery, um Fiat Cronos e um UTV (veículos utilitário multitarefas).


Fonte: O Povo


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